O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta quarta-feira (31) a ?competência e capacidade de articulação? da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Lula discursou durante cerimônia de posse de 10 substitutos nos cargos deixados por ministros que irão se candidatar às eleições de outubro. Dilma deixou o cargo para concorrer à Presidência da República pelo PT.
?Dilma foi uma figura. Não existe ninguém insubstituível, mas eu acho que a Dilma foi de uma competência extraordinária, de uma capacidade de articulação. O Brasil deve muito a ti?, disse. O presidente também justificou a imagem de ?rigor? e ?dureza? da ex-ministra. ?Muita gente diz que a Dilma é dura, mas também nem todo mundo precisa ficar se reganhando o tempo todo. Tem gente que espera que políticos fiquem sorrindo o tempo inteiro?, disse.
Para o presidente, a ?dureza? pode ser um dos artifícios para governar, especialmente no caso das mulheres. ?Ser dura é uma das estacas que você utiliza para exercer sua função no poder?, explicou. O presidente falou ainda que a saída de Dilma é uma perda para o Brasil. Segundo ele o consolo é a ?esperança do que ela pode se tornar? ao deixar o governo.
?A sua saída é um prejuízo para o país, mas a expectativa é de que você seja mais do que ministra da Casa Civil?, afirmou.
Posse
Dez substitutos foram empossados nesta quarta. Dos dez novos ministros sete eram secretários-executivos dos respectivos ministérios. As exceções são o Ministério da Agricultura , que terá como ministro o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que será liderado pela ex-secretária-executiva Márcia Lopes, e o Ministério das Comunicações, cujo ministro será José Artur Filardi, que chefiava o gabinete do então ministro, Hélio Costa.
Os secretários-executivos que tomaram posse nesta quarta são Paulo Sérgio Passos, no Ministério dos Transportes, Márcio Zimmerman, no Ministério de Minas e Energia, Elói Ferreira, na Secretaria de Igualdade Racial, Izabella Mônica Vieira Teixeira, no Ministério do Meio Ambiente, João Santana, no Ministério de Integração Nacional, Carlos Eduardo Gabas, no Ministério da Previdência Social, e Erenice Guerra, na Casa Civil.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ainda vai definir se sai do governo para se candidatar. Mais cedo, na terça-feira, ele pediu ao presidente Lula 24 horas para resolver seu futuro político. O prazo para desincompatibilização previsto na legislação eleitoral termina na próxima sexta-feira (3).
No total, o governo federal tem 37 pastas que poderiam ter sido afetadas por pedidos de desincompatibilização. Esse total inclui ministérios, secretarias e órgãos com estatus ministerial.