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Lula critica países ricos e acusa Trump de ameaçar soberania de nações amazônicas

Lula critica países ricos por usarem pauta ambiental e combate ao crime como pretexto para protecionismo e violação de soberania. Entenda as críticas e o contexto.

Lula critica países ricos e acusa Trump de ameaçar soberania de nações amazônicas | Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (22) que países ricos utilizam a pauta ambiental como “justificativa para medidas protecionistas” e recorrem ao combate ao crime organizado como “pretexto para violar a soberania” de nações em desenvolvimento.

As declarações foram dadas durante a Cúpula dos Países Amazônicos, em Bogotá, na Colômbia, em encontro com representantes da sociedade civil.

“Há muito tempo os países ricos nos acusam de não cuidar da floresta. Aqueles que poluíram o planeta tentam impor modelos que não nos servem. Usam a luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo e o combate ao crime organizado como pretexto para violar nossa soberania”, disse Lula.

O governo brasileiro também reagiu de forma indireta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que enviou navios de guerra para uma área de águas internacionais no Caribe, próxima à Venezuela, sob o argumento de enfrentar cartéis de drogas latino-americanos. A medida desagradou países da região, que a interpretam como risco de interferência em sua soberania. O Planalto reforçou que cabe exclusivamente aos países amazônicos combater crimes em seus próprios territórios.

No discurso, Lula anunciou que convidará os presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a inauguração de um centro de cooperação policial internacional da Amazônia, marcada para 9 de setembro em Manaus (AM). “É uma iniciativa fundamental para combater o garimpo ilegal, o narcotráfico e o contrabando de armas”, afirmou.

Críticas a Trump

Lula voltou a criticar Donald Trump, lembrando a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e defendendo uma governança global para o clima. Segundo ele, o presidente norte-americano age de forma unilateral.

“Para existir governança mundial, não se pode acabar com o multilateralismo. Não dá para agir como o presidente americano, que toma decisões sozinho sem considerar a Organização Mundial do Comércio, a ONU, sem levar nada em conta. É nesse clima que vamos chegar à COP 30”, disse.

Lula também afirmou ter enviado uma carta a Trump convidando-o para a COP 30, em Belém (PA), em novembro, e prometeu estender o convite a outros líderes mundiais.

Ele ressaltou que a escolha de Belém para sediar a conferência tem como objetivo mostrar a realidade amazônica à comunidade internacional.

“Seria muito mais fácil fazer a COP em um país rico e sofisticado, mas queremos que os líderes vejam a realidade da Amazônia, das florestas, dos rios e dos povos que vivem nela. Não quero que a COP seja apenas um desfile de discursos e panfletos, sem resultados. Quero que dela saiam conclusões concretas, para que possamos romper com a mesmice”, afirmou.

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