Lula ameaça levar taxação dos EUA sobre aço e alumínio à OMC e adotar retaliação comercial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (14) que o Brasil responderá comercialmente e poderá levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) caso os Estados Unidos apliquem tarifas ao aço e ao alumínio brasileiros. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Clube do Pará, em Belém.

TAXAÇÃO DOS EUA E A RESPOSTA DO BRASIL

A decisão do governo norte-americano, sob liderança de Donald Trump, adota uma política protecionista que, segundo Lula, contradiz o histórico liberal dos EUA no pós-guerra. O petista foi enfático ao dizer que haverá reação caso a medida seja confirmada.

Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização Mundial do Comércio, ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles

RELAÇÃO COMERCIAL EQUILIBRADA

O presidente destacou que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos tem um fluxo equilibrado de exportações e importações, e que não há interesse em conflitos comerciais.

A relação com os EUA é muito igualitária, ou seja, eles importam de nós US$ 40 bilhões e nós importamos deles US$ 45 bilhões. É o único país do mundo que tem superavit com relação ao Brasil. Então, nós queremos paz, não queremos guerra, não queremos atrito com ninguém.

Apesar disso, Lula reforçou que o Brasil responderá caso seja prejudicado. “Não vejo nenhuma razão para o Brasil procurar contencioso com quem não precisa. Agora, se tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade, não tenho dúvida”, completou.

O “PLANO JUSTO E RECÍPROCO” DOS EUA

Na quinta-feira (13) Trump assinou um Memorando Presidencial criando o chamado “Plano Justo e Recíproco”. A medida busca corrigir supostos desequilíbrios comerciais e priorizar a indústria norte-americana.

O governo dos EUA argumenta que o Brasil aplica tarifas de 18% sobre as exportações de etanol norte-americano, enquanto os EUA cobram apenas 2,5% sobre o etanol brasileiro. O plano de Trump tem como objetivo reduzir déficits comerciais e fortalecer a competitividade industrial dos EUA.