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Lula afirma que Brics seguirá debatendo alternativas ao dólar

O presidente reforçou que não vê sentido na obrigatoriedade de lastrear transações comerciais em dólar, especialmente entre países que possuem acordos bilaterais

Lula afirma que Brics seguirá debatendo alternativas ao dólar | Foto: Reprodução/ Internet
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Na quinta-feira (10/07) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brics continuará discutindo mecanismos comerciais que permitam maior autonomia dos países-membros em relação ao dólar. A fala ocorre em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país.

O presidente destacou ainda que o Brics representa quase metade da população mundial e cerca de 30% do PIB global, além de reunir 10 países que também fazem parte do G20, incluindo o Brasil e os próprios EUA.

“Estamos discutindo, inclusive, a possibilidade de ter uma moeda própria, ou, quem sabe, usar as moedas de cada país para fazer comércio sem precisar usar o dólar”, afirmou o presidente em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo.

"Desrespeito" de Trump

Além disso, o líder brasileiro também repudiou o tom unilateral da decisão americana e disse que a soberania brasileira precisa ser respeitada. “Nós cansamos de ser subordinados ao Norte. Queremos independência nas nossas políticas, queremos fazer comércio mais livre, e as coisas estão acontecendo de forma maravilhosa”, completou.

O presidente reforçou que não vê sentido na obrigatoriedade de lastrear transações comerciais em dólar, especialmente entre países que possuem acordos bilaterais. “Por que eu sou obrigado a comprar dólar para fazer comércio com a Venezuela, com a Bolívia, com a China, com a União Europeia? Quem tem uma máquina de fazer dólar são os EUA. Nós não. Não aceito esse tipo de comportamento”, disse.

O presidente também lamentou a forma como a medida foi comunicada. “Ele poderia ter ligado para o Brasil, enviado uma carta. Mas publicou no site dele, numa total falta de respeito, que é o comportamento que ele tem com todo mundo. E eu não sou obrigado a aceitar isso.” O presidente finalizou dizendo que o governo brasileiro buscará novos mercados e mecanismos para proteger o setor

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