Sob a liderança do Brasil pela primeira vez, o encontro de líderes do G20 teve início nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, com foco em três principais temas: combate à fome, mudanças climáticas e reforma das instituições de governança global, como a ONU.
Essas pautas refletem prioridades da agenda internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento ocorre no Museu de Arte Moderna do Rio e segue até terça-feira (19), reunindo líderes de 19 países, além de representantes da União Europeia e da União Africana.
Nos dias que antecederam o evento, diplomatas discutiram intensamente os termos da declaração final, buscando consenso em tópicos que geraram impasses, como o conflito entre Rússia e Ucrânia, propostas de taxação de grandes fortunas e medidas para enfrentar as mudanças climáticas. Apesar dos desafios, espera-se que a cúpula finalize compromissos estratégicos que direcionem políticas globais.
Qual a importância do evento?
O G20 é reconhecido como o principal fórum de cooperação econômica internacional. Originalmente voltado para questões macroeconômicas, o bloco expandiu sua pauta ao longo dos anos para incluir temas como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente e combate à corrupção. Embora não tenha poder legislativo, suas deliberações resultam em compromissos que influenciam políticas e governança global.
Quem vai participar da cúpula?
Entre os líderes presentes estão Joe Biden (EUA), Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França) e Giorgia Meloni (Itália). Vladimir Putin, da Rússia, é o único ausente. A presidência rotativa do bloco, assumida pela Índia em 2023, está agora com o Brasil e será transferida para a África do Sul em 2025. A realização do evento no Rio reforça o papel do Brasil como protagonista nas discussões internacionais sobre os desafios globais contemporâneos.
Aliança contra a fome
Uma das principais apostas da presidência brasileira do G20 é a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma cooperação entre países para a adoção de políticas públicas de transferência de renda e de incentivo à agricultura familiar.
Até sexta-feira (15), ao menos 37 países já haviam aderido à iniciativa, entre eles a Alemanha, maior economia da Europa. Os objetivos principais da aliança são:
- alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferências de renda;
- expandir as merendas escolares para mais 150 milhões de crianças;
- levar serviços de saúde a 200 milhões de mulheres e crianças.
Agenda brasileira
O comando brasileiro do grupo começou em 1º de dezembro do ano passado. Ao iniciar a presidência rotativa, o governo do presidente Lula estabeleceu três eixos centrais de discussão para o G20:
- inclusão social e combate à fome e à pobreza;
- transição energética e desenvolvimento sustentável;
- reforma da governança global.
Paralelamente às discussões sobre esses temas, o Brasil também lançou algumas iniciativas, entre as quais:
- G20 Social (com representantes da sociedade civil);
- Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.