O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre na manhã desta terça-feira (23/09) o debate de líderes da 80ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A expectativa é de que o o discurso sirva de contraponto às posições do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A fala de Lula ocorre um dia após às novas imposições de sanções do governo americano a cidadãos brasileiros como reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No domingo, Lula iniciou sua primeira viagem aos EUA, a Nova York, desde a posse de Trump, em janeiro. O tarifaço marca o pior momento das relações entre Brasil e EUA nas últimas décadas.
Discurso
Lula e Trump trocaram críticas constantes nos últimos meses, principalmente desde que os Estados Unidos sobretaxaram em 50% produtos brasileiros, com o argumento de tentar encerrar uma "caça às bruxas" a Bolsonaro. Trump tentou, sem sucesso, interferir no julgamento do ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses de pena pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
Lula chegou a criticar o americano pelo ataque à soberania nacional e, após o julgamento, tem destacado a independência do STF. Esse contexto influenciou a confecção do discurso desta terça, que deve abordar:
- Soberania nacional;
- Defesa da democracia e do multilateralismo;
- Crítica ao protecionismo e taxações;
- Reforma da ONU;
- COP30 e preservação ambiental;
- Guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia.
O presidente brasileiro deve lançar opiniões contrárias a Trump nos principais pontos do discurso. Segundo auxiliares, o objetivo é marcar posição e reforçar a imagem de antagonista, mesmo que não haja necessidade de citar o nome do presidente americano.