Durante a sessão da última quarta-feira (9) na Câmara Municipal de Manaus (CMM), uma fala insólita do vereador Aldenor Lima (União Brasil) chamou atenção e gerou indignação. Ele declarou que só não agrediu o colega Rodrigo Guedes (Progressistas) por causa do figurino escolhido pelo adversário político: gravata e meias com estampa de onça.
▶️ “Eu respeito muito a onça pintada”
Aldenor não poupou ironias ao se referir ao visual do parlamentar:
“Eu só não agredi ele, vereador Gilmar, porque hoje ele [Guedes] veio de onça e eu não faço maus-tratos com animais. Porque hoje ele veio fantasiado de onça pintada. E eu respeito muito a onça pintada, que é nosso maior patrimônio animal aqui do nosso Estado do Amazonas”, afirmou.
A fala se conecta diretamente à bandeira política de Aldenor e de sua esposa, a deputada estadual Joana Darc (União Brasil), ambos conhecidos defensores da causa animal.
▶️ Rivalidade exposta em plenário
O embate verbal entre os dois vereadores é o mais recente capítulo de um conflito iniciado na véspera, quando Aldenor responsabilizou Guedes por uma publicação nas redes sociais. A postagem insinuava que o vereador aliado à causa animal estaria explorando a imagem de um de seus filhos para obter ganhos eleitorais. Guedes, por sua vez, negou qualquer envolvimento com o conteúdo publicado.
▶️ “Ninguém na face da Terra vai dizer que ataquei uma criança”
Durante a sessão, Guedes se defendeu veementemente e esclareceu que não é parte no processo relacionado à publicação em questão. Segundo ele, a condenação recaiu sobre outra pessoa.
“Podem me cassar, tirar minha voz, podem abrir um processo contra mim na comissão de ética da Câmara Municipal de Manaus, mas, absolutamente ninguém na face da terra, vai dizer que eu ataquei uma criança com deficiência”, declarou o vereador em plenário, visivelmente indignado.
▶️ Clima tenso e troca de acusações
O episódio desta quarta-feira expõe não apenas o desgaste entre os parlamentares, mas também o nível do debate na Casa Legislativa. As falas teatrais, as provocações pessoais e o uso político de pautas sensíveis tornam evidente o clima tenso entre os vereadores e lançam luz sobre a dificuldade de manter o foco em temas de interesse público dentro do parlamento manauara.