Lira ameaça romper acordos com partidos sobre comando de comissões da Câmara

Em seu discurso de abertura, Lira enfatizou a importância do cumprimento de acordos na política

Arthur Lira - presidente da Câmara | Reprodução
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Com a retomada dos trabalhos legislativos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), surpreende ao ameaçar romper acordos estabelecidos no ano passado para a liderança de comissões permanentes na Casa. A disputa mais acirrada concentra-se na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais relevante, e que foi prometida ao Partido Liberal (PL). Enquanto o PL ensaia lançar candidato próprio para a sucessão de Lira, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que deixou o bloco do Centrão, deve perder o controle da Comissão de Indústria e Comércio.

O PL, por ter a maior bancada com 98 deputados, detém a prerrogativa de fazer a primeira escolha nas comissões. No entanto, Lira, em conversas recentes, declarou que o principal partido de oposição não assumiria a presidência da CCJ. Contrariando o acordo do ano anterior, os bolsonaristas ficariam com a relatoria do Orçamento em 2023 e assumiriam a CCJ neste ano.

Atualmente, a discussão central concentra-se na escolha do presidente da CCJ, onde a deputada Caroline de Toni (PL-SC) é considerada a favorita. No entanto, Lira demonstra resistência a essa indicação, classificando-a como "radical" para o cargo.

Negociações

As negociações para a composição das comissões são anuais e envolvem os partidos em acordos para garantir a ocupação proporcional dos espaços. Apesar da regra de proporcionalidade, as eleições dos presidentes das comissões exigem negociações entre os partidos.

Em seu discurso de abertura, Lira enfatizou a importância do cumprimento de acordos na política. No entanto, membros do PL cobram a observância do acordo para a CCJ.

O PT, que deixa a presidência da CCJ, deve assumir a relatoria do Orçamento, uma prioridade para a legenda. O MDB também sinaliza interesse na relatoria e destaca a importância de diálogos pacíficos entre as legendas.

Já o PSB, após deixar o bloco do Centrão, enfrenta dificuldades para manter a presidência da Comissão de Indústria e Comércio, conforme acordado anteriormente. A legenda, agora isolada com apenas 14 deputados, pode não ter prioridade na escolha de qualquer comissão.

Enquanto isso, o PSD, pré-candidato à sucessão de Lira, pretende usar as comissões para apoiar os trabalhos de seus ministros. O partido busca as comissões de Minas e Energia e Agricultura para respaldar os ministros Alexandre Silveira e Carlos Fávaro, respectivamente.

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