O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e líderes partidários anunciaram nesta terça-feira (26) que farão uma reunião na próxima semana para tentar convencer o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) a renunciar à presidência da Comissão de Direitos Humanos.
As lideranças partidárias se reuniram à noite no gabinete de Henrique Alves em busca de uma solução para o impasse gerado com a decisão do PSC de manter Feliciano no comando do colegiado. Os parlamentares agendaram para a próxima terça (2), às 11h, encontro para alertar o deputado de que ele não possui apoio para continuar na comissão.
?Lamentavelmente, hoje, a decisão [do PSC] veio em contrário àqueles entendimentos anteriormente encaminhados. Diante dessa realidade, que nós respeitamos, a decisão consensual foi convidarmos o deputado Marco Feliciano para na próxima terça, às 11h, ter uma reunião com todos os líderes partidárias desta Casa, na busca de uma solução respeitosa, democrática, que esta Casa está esperando?, afirmou o presidente da Câmara.
Segundo Henrique Alves, os parlamentares mostrarão a Feliciano que, com a presença dele à frente da comissão, os trabalhos do colegiado ficarão prejudicados.
?[O argumento será] que a comissão precisa se reunir. Aquele clima de radicalismo não pode continuar. A comissão tem que tomar decisões, ter quórum qualificado, tem que ter a sua pauta, ter votações. E, a cada semana isso não está acontecendo?, disse.
Desde sua indicação, Marco Feliciano sofre pressão para deixar o posto por conta de declarações consideradas homofóbicas e racistas. Nesta terça, o PSC decidiu manter o deputado à frente da comissão. Ao anunciar a posição do partido, o vice-presidente da sigla, Everaldo Pereira, fez um longo discurso sobre o apoio do PSC aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
A declaração foi vista como uma tentativa de pressionar partidos, sobretudo o PT, a apoiar Feliciano. O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), afirmou que a sigla apóia o PSC no comando da comissão, mas não Feliciano.
?Não está em discussão religião ou política. Eles colocaram isso, mas é errado colocar governo [na discussão sobre a Comissão de Direitos Humanos]. É uma questão da Casa. O PT apóia o PSC presidindo a comissão, mas não o deputado Marco Feliciano presidindo comissão.?
Ele afirmou esperar que Feliciano repense a decisão de continuar à frente do colegiado, diante da manifestação dos lideres partidários.
?Uma coisa é um deputado falar. O colégio de líderes é mais forte do que um deputado. Estamos vivendo um impasse político?, disse.
O líder do PSC, André Moura (SE), deixou a reunião no gabinete de Henrique Alves antes do término. Ele afirmou que o PSC ouviria a posição final dos líderes partidários, mas destacou que a decisão final sobre a permanência de Feliciano é do partido.
"Esta é a última tentativa de entendimento. O PSC é partido democrático e temos que ver a proposta de amanhã. O que eles querem é dar uma opinião, mas a posição final é do PSC e disso não vamos abrir mão", declarou.