O senador piauiense Wellington Dias (PT) deverá mesmo presidir o Conselho de Ética e julgar o processo de quebra de decoro parlamentar do senador Demóstenes Torrer (sem partido- GO). Diante da dificuldade do PMDB em definir qual de seus senadores será indicado para presidir o Conselho de Ética, o líder do PT e da Bancada de Apoio no Senado, Walter Pinheiro, renovou, na manhã de ontem, a disponibilidade de Wellington Dias para ocupar o posto.
?Mantemos a nossa oferta. O senador Wellington Dias tem todas as condições necessárias que o posto exige. A sociedade cobra do Congresso uma definição rápida sobre as denúncias crescentes envolvendo o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), e não podemos protelar mais nossas decisões? disse Pinheiro.
A dificuldade do PMDB em indicar um de seus senadores para a presidência do Conselho decorre das regras do Regimento Interno do Senado. O senador Vital do Rego foi o primeiro nome a ser divulgado pelo partido, por já ser o corregedor do Senado. Para ser o presidente do Conselho, ele deve deixar o posto de corregedor, pois o regimento não admite o acúmulo dos dois cargos. Para o outro posto de importância - o de relator do processo que analisará o caso do senador Demóstenes - não cabe nenhuma ação do PT, posto que o cargo será decidido por sorteio entre os integrantes do Conselho.
A outra dificuldade enfrentada pelo senador Vital do Rego é a de que ele não é membro nato do Conselho, ou seja, ele não foi votado pelo plenário do Senado para integrar o Conselho. O PMDB pode indicar qualquer um dos senadores que já foram eleitos como membro nato. Eles são Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Lobão Filho (MA), Valdir Raupp (RO) e Eunício de Oliveira (CE).