O líder do grupo de extrema direita Movimento Brasil Livre (MBL) e comentarista político da Jovem Pan, Cristiano Moreira Pinto Beraldo, é um dos investigados da megaoperação Poço de Lobato, deflagrada por Receita Federal e Ministério Público nesta quinta-feira (27).
A operação investiga um esquema bilionário de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo o Grupo Refit. As investigações apontam que Brealdo seria o operador de empresas offshore nos Estados Unidos vinculadas ao empresário Ricardo Magro, utilizadas para ocultar patrimônio e viabilizar a chamada confusão patrimonial do grupo.
Em suas redes sociais, Beraldo anunciou seu afastamento das atividades na Jovem Pan e da militância política.
"Acabei de ser surpreendido agora com a informação de que meu nome consta na lista dessa operação. Não sei exatamente qual o motivo que fez com que meu nome estivesse ligado a essa operação. Tenho mais de 25 anos de carreira, trabalhei duro pra ganhar cada centavo que ganhei e tenho minha atividade profissional estabelecida, sou especialista em administração e gestão de empresas em dificuldades e hoje trabalho nos Estados Unidos. Estou bastante surpreso, mas vou me aprofundar e entender o que aconteceu. É um momento em que preciso focar nisso, e com isso me afasto tanto das minhas atividades de militância política como de comentarista político", afirmou.
OPERAÇÃO POÇO DE LOBATO
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra Beraldo no âmbito da operação, que teve 190 alvos em seis estados. A atuação do líder extremista teria sido fundamental para a estruturação de companhias em paraísos fiscais, especialmente em Delaware, com o objetivo de blindar recursos e dificultar a rastreabilidade de valores suspeitos.
O principal investigado é Ricardo Magro, dono da antiga Refinaria de Manguinhos e apontado como maior devedor de ICMS do estado de São Paulo e um dos maiores do país.
Segundo as autoridades, o grupo empresarial comandado por ele montou uma sofisticada rede de empresas, holdings, fintechs, fundos e offshores para ocultar patrimônio, blindar recursos e simular operações financeiras, estratégia descrita pelos investigadores como "engenhosa" e de alta complexidade.