O líder da minoria na Câmara dos Deputados, Bruno Araújo (PSDB-PE), disse nesta segunda-feira (9) que a situação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Casa se torna "cada vez mais difícil" após a admissão de que o peemedebista é beneficiário de recursos que estavam na Suíça.
Na avaliação do tucano, as explicações de Cunha não convenceram a sociedade, principalmente porque a explicação jurídica não deixa claro a titularidade dos recursos ocultos no exterior. "Do ponto de vista político, é difícil compreender como esse volume de recursos não atendeu pessoalmente o presidente da Câmara. Uma coisa é a defesa do ponto de vista jurídico. Do ponto de vista político, é algo que vai ficando cada vez mais difícil de se explicar", comentou.
Araújo disse que a oposição já se manifestou de forma favorável ao afastamento de Cunha da presidência da Casa e disse que sua saída seria "bem melhor" para a instituição e para sua defesa. O tucano acredita que a sociedade cobrará uma posição firme do Conselho de Ética no julgamento do processo por quebra de decoro parlamentar.
O líder sinalizou que os dois membros titulares do colegiado - Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan Júnior (RS) - devem votar pela punição do peemedebista, uma vez que já declararam publicamente que consideram os fatos denunciados graves.
A punição mais grave que o Conselho pode aplicar a um deputado é a aprovação de um pedido de cassação de mandato, o que precisa ser proposto pelo relator. "Por enquanto os fatos são graves e levam a uma posição dos nossos membros de compreender como difícil a situação do presidente", afirmou.