Justiça italiana nega liberdade provisória para Henrique Pizzolato por apresentar “perigo de fuga”

Condenado do mensalão permaneceu por mais de três horas na Corte de Apelação de Bolonha

Henrique Pizzolato | Reprodução
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A Justiça italiana negou nesta sexta-feira a liberdade provisória ao ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, por ele apresentar ?perigo de fuga?. Na saída da Corte de Apelação de Bolonha, o advogado de Pizzolato, Lorenzo Bergami, disse que seu cliente falou às autoridades por cerca de meia hora em um ?italiano perfeito?. A defesa tenta fazer com que o preso aguarde em liberdade a decisão sobre sua extradição para o Brasil.

Lorenzo Bergami informou que, no depoimento, Pizzolato se manifestou contra a extradição por considerar ?político? o julgamento do processo do mensalão no Brasil. O advogado revelou também que o mensaleiro está ?tranquilo? e que ?não arrancou os cabelos?. Pizzolato deixou o tribunal dentro de um furgão azul para a penitenciária de Modena, às 13h40m (horário local).

Pizzolato chegou na Corte de Apelação de Bolonha, por volta das 10h10m (horário local), dentro de um furgão da Polícia Penitenciária e seguiu para o 1º andar do Palazzo di Giustizia, onde foi ouvido. Não foi possível vê-lo por conta da película do vidro do veículo. Mais cedo, a mulher do mensaleiro Andréa Eunice Haas chegou ao local, mas muito irritada, não quis falar com a imprensa.

O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. A prisão de Pizzolato foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois do julgamento do último recurso, em 13 de novembro do ano passado. A pena deve ser cumprida em regime fechado. A multa é de R$ 1,3 milhão.

Pizzolato autorizou a liberação de R$ 73 milhões da Visanet para a DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério, outro condenado no processo, sem garantias dos serviços contratados. Ele teria recebido cerca de R$ 300 mil em espécie.

Condições de prisões podem impedir extradição

Tivemos acesso a duas sentenças de extradição emitidas pelo Tribunal Supremo de Cassação da Itália. Em uma delas, de 18 de dezembro de 2013, o tribunal derruba a extradição de um holandês condenado há 20 anos de prisão no Brasil por tráfico de drogas no Espírito Santo, alegando condições ?degradantes, senão cruéis e desumanas? das prisões brasileiras.

O uso de documentos falsos para fugir do Brasil pode fazer com que Henrique Pizzolato seja condenado na Itália a três anos de prisão. De acordo com a polícia italiana, o ex-diretor do Banco do Brasil foi flagrado com uma série de documentos falsos de três países: Espanha, Brasil e Itália, além de 15 mil euros (R$ 45 mil) em dinheiro vivo e grande estoque de comida.

A casa onde Pizzolato se escondia, alugada há um ano por seu sobrinho Fernando Grando, estava com as janelas fechadas para simular que estivesse desabitada, mas os policiais viram que havia consumo de água. Para capturar Pizzolato, eles forçaram uma pane elétrica no apartamento.

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