A Justiça Federal de São Paulo autorizou, nesta sexta-feira (9), a condução coercitiva da advogada Adélia Soares à CPI das Apostas (ou das Bets). Ela é conhecida por atuar na defesa da influenciadora Deolane Bezerra e foi convocada pela comissão no último dia 29, mas não compareceu.
A CPI das Apostas, instaurada no ano passado, investiga a relação entre o setor de apostas esportivas, organizações criminosas e práticas ilegais. Segundo a relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), Adélia é suspeita de ter colaborado com uma organização estrangeira para estruturar e operar jogos de azar ilegais no Brasil, por meio da empresa Playflow, apontada como fachada para essas atividades.
No mesmo dia em que Adélia faltou ao depoimento, os parlamentares ouviram o empresário Daniel Pardim Tavares Lima, que acabou preso por falso testemunho, após negar informações que a comissão afirma serem comprovadamente verdadeiras.
As investigações apontam ainda que Adélia e Daniel são sócios na empresa Peach Blossom River Technology, que participa da operação da Payflow, empresa do setor de pagamentos digitais que presta serviços a sites de apostas on-line. A Payflow é alvo de apuração pela Polícia Civil do Distrito Federal, suspeita de lavagem de dinheiro e transferências financeiras ilegais.
De acordo com a CPI, a empresa estaria envolvida em movimentações financeiras suspeitas, com uso de documentos falsos e mecanismos fraudulentos, em desacordo com as normas do Banco Central. As operações teriam conexões com uma companhia registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, o que levanta suspeitas de internacionalização das atividades ilícitas.