Juiz Sérgio Moro adia depoimento de Lula para o dia 10 de maio

A decisão do juiz foi motivada por um pedido da Polícia Federal

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O juiz federal Sérgio Moro decidiu nesta quarta-feira (26) adiar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um dos processos a que o petista responde na Operação Lava Jato.

A oitiva estava agendada para o dia 3 de maio, mas agora foi marcada para 10 de maio a partir das 14h. A decisão de Moro, publicada no sistema da Justiça na manhã desta quarta, foi motivada por um pedido da Polícia Federal.

No ofício encaminhado ao magistrado, o delegado Rosalvo Ferreira Franco, superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, disse que precisava de mais prazo para "realizar as tratativas com órgãos de segurança e de inteligência".

De acordo com o juiz, diante da possibilidade de protestos e considerando que as forças de seguranças solicitaram um tempo adicional para os preparativos, ele decidiu por mudar a data.

“É possível que, na data do interrogatório, ocorram manifestações favoráveis ou contrárias ao acusado em questão, já que se trata de uma personalidade política, líder de partido e ex-Presidente da República. Manifestações são permitidas desde que pacíficas. Havendo, o que não se espera, violência, deve ser controlada e apuradas as responsabilidades, inclusive de eventuais incitadores”, disse Moro.

TRIPLEX

O processo em questão trata do suposto pagamento de propina por parte da OAS ao ex-presidente Lula. Na ação penal, o Ministério Público Federal (MPF) diz que a construtora entregou ao político um imóvel no Guarujá, litoral paulista, em troca de supostos serviços prestados por ele para beneficiar a empresa.

O imóvel, no entanto, não tem escritura em nome do ex-presidente e, no papel, ainda pertence à OAS. Em depoimento, o ex-presidente da empreiteira, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, disse que o triplex em Guarujá nunca foi colocado à venda pela OAS. "Eu tinha uma orientação para não colocar à venda, que pertenceria à família do ex-presidente".

Segundo ele, a orientação foi passada pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. “A orientação que foi me passada naquela época foi ‘toque o assunto do mesmo jeito que você vinha conduzindo. O apartamento não pode ser comercializado, o apartamento continua em nome da OAS, e, depois, a gente vai ver como fazer a transferência ou o que for’”. De acordo com Pinheiro, assim foi feito.

A defesa do ex-presidente diz que o imóvel nunca foi transferido para ele ou para alguém da família e nega qualquer irregularidade junto à OAS.

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