O governador cassado e pivô do escândalo do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), depõe na tarde desta segunda-feira (29) e já avisou, por meio de seu advogado, que não vai ficar calado. Nélio Machado informou que vai se reunir com Arruda logo cedo para discutir com seu cliente qual vai ser a estratégia do depoimento.
Um dos principais argumentos da defesa até agora era, justamente, que o ex-governador ainda não tinha tido a oportunidade de dar sua versão no inquérito que investiga suposto esquema de corrupção no governo do DF.
Arruda está preso há quase dois meses por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), acusado de tentar subornar o jornalista Edmilson Edson Sombra, testemunha da chamada operação Caixa de Pandora.
No último dia 16, o então governador do DF teve o mandato cassado por infidelidade partidária e desistiu de recorrer. Fora do cargo, ele se livrou do processo de impeachment, mas ainda deve responder pelas denúncias do ?mensalão do DEM?.
Com a cassação, a Câmara Legislativa do DF convocou eleições indiretas para dia 17 de abril. Mas o pedido de intervenção federal do procurador-geral da República , Roberto Gurgel, continua de pé aguardando uma definição do STF (Supremo Tribunal Federal).
A decisão de Arruda falar contraria o silêncio do ex-vice-governador Paulo Octávio. Em depoimento na PF na semana passada, ele ficou calado.
Machado também deve entrar com uma representação formal contra parecer da Procuradoria Geral da República que considera digna a condição prisional do ex-governador e recomenda que o ex-governador permaneça preso nas mesmas condições em que se encontra. Na avaliação do advogado, ?é inadmissível como Arruda está sendo tratado?.