O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tem em mãos a representação movida na última sexta-feira (5) contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) pelas deputadas do PT Erika Kokay, Margarida Salomão, Luizianne Lins e Ana Lúcia Perugini.
Marco Feliciano foi acusado de assédio pela jornalista Patrícia Lelis, 22 anos, ex-militante do PSC e áudios com detalhes do caso vaza na web. O deputado negou as acusações e neste sábado (06) ele gravou um vídeo ao lado da sua mulher e dizendo que "tem plena confiança na justiça divina e na justiça dos homens".
No documento entregue pelas parlamentares é pedido que o Ministério Público Federal apure as suspeitas de que o pastor teria cometido os crimes de assédio sexual e estupro da jornalista e ex-militante do PSC Jovem.
Nesta segunda-feira (8), a jornalista Patrícia Lélis foi à Procuradoria Especial da Mulher no senado e fez denúncias de abuso sexual contra Feliciano.
A representação foi encaminhada ao MPF no mesmo dia em que a jovem depôs na Polícia Civil de São Paulo após vir à tona pela imprensa gravações de áudio dela com o chefe de gabinete de Feliciano e mensagens de WhatsApp da jornalista com o próprio deputado indicando que ela foi violentada por Marco Feliciano e que o PSC teria atuado para abafar o caso.
Agora, Rodrigo Janot pode decidir se toma providências como a abertura de um inquérito para investigar o pastor, ou se arquiva o caso que atingiu um dos principais expoentes da bancada evangélica na Câmara dos Deputados.
"Sendo verdadeiros os diálogos, os direitos fundamentais da jovem alvo dos ataques do deputado-pastor-representado, foram ostensivamente desrespeitados, gravemente ultrajados e, afrontam os ditames constitucionais, ensejando punição que a imunidade parlamentar não alcança", afirmam as petistas na representação.
No documento, as parlamentares petistas reúnem todo o material divulgado pela imprensa na internet e pedem as quebras de sigilo telefônico do deputado, incluindo o celular antigo por meio do qual ele conversou com Patrícia, os depoimentos dos envolvidos no episódio e até as imagens do hall de entrada do apartamento funcional de Feliciano.
Após ouvir a versão do chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, o delegado Luís Roberto Hellmeister, do 3º Distrito Policial (Campos Elísios), desistiu de pedir a sua prisão preventiva e o liberou na madrugada do último sábado (6).