
Eleito em 2018 com 57,7 milhões de votos no segundo turno, correspondendo a 55,1% dos votos válidos, Jair Messias Bolsonaro assumiu a presidência do Brasil em 1º de janeiro de 2019. Durante seu governo, se consolidou como uma figura polêmica, sendo derrotado em sua tentativa de reeleição em 2022.
Nome e influências familiares
Bolsonaro nasceu na pequena cidade de Glicério, no interior de São Paulo, sendo registrado meses depois em Campinas. Seu nome "Jair" foi inspirado no jogador de futebol Jair Rosa Pinto, que dividia com ele a data de aniversário e jogava pelo Palmeiras, clube preferido de seu pai. O nome "Messias" foi dado por sua mãe, Olinda Bonturi, que atribuiu seu nascimento a uma intervenção divina, após uma gravidez de risco.
Raízes europeias
Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro tem 13 dos 16 trisavôs originários da Itália, vindos da Toscana, do Véneto e da Calábria. Sua ascendência alemã remonta a Hamburgo, enquanto sua linhagem materna é completamente italiana, com sobrenomes como Bonturi, Pardin e Lenzi. Seus avós maternos, Guido Bonturi e Argentina Pardini, vieram de Lucca, na Itália, e se casaram no Brasil em 1915.
Carreira militar e especialização
Aos 18 anos, ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e posteriormente na Academia Militar das Agulhas Negras, concluindo sua formação em 1977. Durante sua trajetória no Exército, integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista entre 1979 e 1981, especializando-se na modalidade.
Prisão por declarações polêmicas
Em 1986, então capitão, Bolsonaro foi detido por 15 dias após publicar um artigo na revista Veja, intitulado "O salário está baixo", criticando a remuneração dos militares. Apesar da punição, recebeu apoio de diversos colegas da corporação e, dois anos depois, foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar.
Entrada na política
A redemocratização do Brasil abriu caminho para sua carreira política. Em 1989, foi eleito vereador no Rio de Janeiro pelo PDC (Partido Democrata Cristão), exercendo um mandato voltado às demandas militares. Dois anos depois, conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados, onde permaneceu por sete mandatos consecutivos, passando por diversos partidos.
Rejeição em alianças
Nas eleições de 2014, Bolsonaro alcançou 464 mil votos, sendo o deputado mais votado do Rio de Janeiro. Apesar de declarar apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno contra Dilma Rousseff (PT), foi ignorado pelo candidato tucano. Com a derrota de Aécio, iniciou um movimento para viabilizar sua candidatura presidencial em 2018.
Trocas partidárias
Bolsonaro passou por diversas legendas, saindo do PP após a deflagração da Lava Jato e ingressando no PSC, de onde também se desligou. Chegou a negociar com o PATRIOTA antes de optar pelo PSL, sigla pela qual disputaria e venceria a eleição de 2018.
Controvérsias e oposição
Ao longo de sua carreira, Bolsonaro acumulou uma série de declarações polêmicas, sendo acusado por opositores de posturas preconceituosas contra minorias e movimentos sociais. O ex-presidente argumenta que suas falas são frequentemente distorcidas pela mídia e retiradas de contexto.
Campanha presidencial e redes sociais
Sem grande tempo de televisão, Bolsonaro encontrou nas redes sociais a principal ferramenta para mobilização eleitoral. Sua campanha foi impulsionada por milhões de seguidores no Facebook, YouTube, Twitter, Instagram e WhatsApp, consolidando-se como um fenômeno digital.
Primeiro presidente de direita em décadas
Desde Fernando Collor (1989-1992), Bolsonaro foi o primeiro presidente a se identificar como um representante da direita conservadora. Seus críticos o classificam como extremista. É também o primeiro militar eleito presidente pelo voto direto desde Eurico Gaspar Dutra, em 1945, e o primeiro a governar após o período militar de 1964-1985.