O Itamaraty formalizou nesta segunda-feira ao governo italiano o pedido de extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, denunciado pela PGR por atuar contra a legitimidade eleitoral e prejudicar investigações de atos antidemocráticos.
A embaixada brasileira em Roma recebeu o pedido e encaminhou, por meio de nota verbal, à Farnesina (Ministério dos Assuntos Exteriores da Itália).
O pedido de extradição, feito por Moraes, foi enviado ao Ministério da Justiça e depois ao Itamaraty para formalização junto ao governo italiano. Tagliaferro se mudou para o país — o mesmo de Carla Zambelli — e prepara de lá uma denúncia ao Parlamento Europeu contra o STF.
Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no período em que o ministro presidiu o TSE, é acusado de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo a PGR, Tagliaferro vazou informações confidenciais obtidas no cargo para obstruir investigações e favorecer interesses próprios e de terceiros.
No último dia 30, o ex-assessor afirmou em suas redes sociais que revelaria bastidores do gabinete de Moraes. Em post, disse ter "bastante coisa" contra o ministro, que, segundo ele, “destruiu sua vida e de várias pessoas”.
Em abril, a Polícia Federal indiciou Tagliaferro por violação de sigilo funcional e divulgação de diálogos de Moraes com servidores do TSE e STF. O ex-assessor, apoiado por bolsonaristas, alega perseguição política e critica supostas arbitrariedades de Moraes.
Segundo Paulo Gonet, Tagliaferro atua com outros foragidos para atacar autoridades e obstruir investigações, confirmando seu alinhamento com organização criminosa.