Interina na PGR, Elizeta Ramos decide trocar chefes do MPF pelo país

Elizeta assumiu a liderança da PGR em 27 de setembro, após o término do segundo mandato de Augusto Aras.

Elizeta Ramos decide trocar chefes do MPF pelo país | Reprodução
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Um mês após assumir temporariamente o cargo de Procuradora-Geral da República (PGR), a procuradora Elizeta Ramos optou por reavaliar sua decisão de reter os atuais procuradores-chefes do Ministério Público Federal (MPF) nos estados.

Elizeta assumiu a liderança da PGR em 27 de setembro, após o término do segundo mandato de Augusto Aras. Ela deve permanecer nessa posição até que um sucessor seja nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aprovado pelo Senado. Até o momento, não há uma data definida para essa indicação.

Inicialmente, Elizeta Ramos havia anunciado que não realizaría mudanças na estrutura do MPF e que deixaria as indicações para seu sucessor. No entanto, devido à demora na escolha de Lula, houve uma mudança de posição.

A decisão da atual chefe da PGR é de grande relevância, uma vez que desencadeia uma disputa de poder no Ministério Público. De um lado, estão os procuradores com afinidades à antiga Operação Lava Jato e ao ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Do outro, estão procuradores críticos da operação e próximos ao ex-PGR Augusto Aras.

Nos últimos dias, Elizeta enviou uma mensagem aos atuais chefes das unidades do MPF nos estados e no Distrito Federal, informando que ela dará continuidade ao processo de sucessão. Ela argumentou que a "interinidade" está se prolongando e que várias procuradorias nos estados têm solicitado mudanças.

Na mensagem, Elizeta ressaltou que o próximo procurador-geral, a ser indicado por Lula, terá a prerrogativa de realizar novas mudanças, caso assim deseje.

Ainda na mensagem aos colegas, Elizeta diz que a sucessão seguirá uma portaria de 2003 que prevê que a escolha dos procuradores-chefes seja feita por eleição entre os colegas. A regra era criticada por Augusto Aras, mas não foi revogada durante a gestão dele na PGR e continua vigente.

De olho nas disputas de poder dentro do MPF, interlocutores de Lula e até procuradores críticos da Lava Jato têm aconselhado o presidente a agilizar a indicação do novo PGR. O petista, no entanto, vem sinalizando que ainda não tem um nome escolhido para o posto.

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