O Instituto Lula repudiou as acusações de delatores da Odebrecht contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme constam nas colaborações de ex-executivos da empreiteira, cujos termos de colaboração premiada foram retirados de sigilo nesta segunda-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
Em nota, o Instituto disse que o ex-presidente não tem relação com qualquer planilha na qual outros possam se referir a ele como "amigo".
A assessoria do Instituto acrescenta ainda que o ex-presidente jamais solicitou ou recebeu qualquer recurso indevido para a Odebrecht ou para qualquer outra empresa e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ser presidente da República democraticamente eleito por dois mandatos.
De acordo com o instituto, todas as doações recebidas feitas com os devidos registros.“Seus familiares tiveram seus sigilos fiscais e telefônicos quebrados, sua residência e de seus familiares sofreram busca e apreensão há mais de um ano, mais de 100 testemunhas foram ouvidas em processos e não foi encontrado nenhum recurso indevido ou ilegalidade cometida pelo ex-presidente”, diz a nota do instituto.
O empresário Marcelo Odebrecht disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro que destinou milhões para o "amigo", codinome referente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, ele cita o depósito de R$ 35 milhões; depois, fala em R$ 40 milhões. A conta, diz Odebrecht, era gerida pelo ex-ministro petista Antonio Palocci.
“O que eu combinei com o Palocci foi o seguinte: essa é uma relação minha com a presidência do PT no Brasil. Então, eu disse: vai mudar o governo, vai entrar a Dilma. Esse saldo passa a ser gerido por ela, a pedido dela. A gente sabia que ia ter demandas de Lula, a questão do instituto, para outras coisas. Então vamos pegar e provisionar uma parte desse saldo, aí botamos R$ 35 milhões no saldo 'amigo', que é Lula, para uso que fosse orientação de Lula", afirmou o delator.Pouco tempo depois, Odebrecht fala do pagamento de R$ 40 milhões ao ex-presidente.