Indicados de Bolsonaro: André Mendonça e Nunes Marques estreitam laços com Lula

Entre os ministros, Nunes Marques é o que mais se empenha a acelerar o processo de alinhamento com as pautas progressistas

Ministros Nunes Marques e André Mendonça | Reprodução
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Apenas um ano após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ministros Nunes Marques e André Mendonça, nomeados por Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceram canais de comunicação com a administração petista. Esta aproximação, que inclui diálogo com ministros e membros do governo, está sendo percebida sem resistências entre as partes.

A percepção predominante na Corte é que a proximidade de Nunes Marques está mais avançada. Além de relatar ações cruciais para o Executivo, como a privatização da Eletrobras, o ministro tem se reunido com membros da equipe econômica para discutir o assunto. No caso específico da Eletrobras, o governo busca reverter dispositivos da lei de desestatização que reduziram o poder de voto da União.

A aproximação de Nunes Marques com o ministro Gilmar Mendes também é notada por observadores do STF, indicando uma busca por melhorar a relação do colega com os demais membros da Corte e com o entorno de Lula.

André Mendonça, por sua vez, tem mantido reuniões com integrantes do Executivo para tratar de casos em análise no STF, inclusive recebendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP). A relação é descrita como "institucional", e seus assessores entendem que essa aproximação é natural dadas as pautas que chegam ao Supremo e exigem decisões dos ministros.

Representantes do Legislativo e do Executivo observam diferenças na abordagem política de Nunes Marques, católico, que mostraria mais habilidade para se relacionar com diversos matizes, enquanto Mendonça, evangélico, é visto como mais alinhado às bandeiras conservadoras.

Ambos os ministros, no entanto, permanecem fiéis às pautas bolsonaristas na área dos costumes, mantendo posições alinhadas à antiga gestão. Em questões recentes, votaram a favor do marco temporal das terras indígenas e defendem condenações mais brandas para os réus pelos ataques do 8 de Janeiro.

A relação entre esses ministros indicados por Bolsonaro e o governo de Lula mostra uma dinâmica complexa no cenário político, com nuances que vão além das fronteiras partidárias. O diálogo entre diferentes atores no cenário nacional é fundamental para a estabilidade institucional e a construção de consensos.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

Leia Mais
Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES