Inicialmente indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) por falta de documentação, o ex-jogador Nunes, consagrado como "artilheiro das decisões" no áureo início dos anos 80 do Flamengo, conseguiu confirmar seu registro de candidatura e concorrerá a uma vaga de deputado estadual pelo PR, neste domingo (3), após apresentar os documentos que faltavam.
Identificado como "Nunes do Flamengo" na urna eletrônica, João Batista Nunes de Oliveira concorre pela primeira vez em uma eleição. Ele já trabalhou como subsecretário municipal de Esportes de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), durante a gestão de Lindberg Farias (PT), também candidato - a senador - e vascaíno.
Nascido em 1954, em Feira de Santana, na Bahia, Nunes virou ídolo do Flamengo após marcar o gol que deu o primeiro título brasileiro ao rubro-negro, fazendo 3 a 2 no Atlético Mineiro, no Maracanã, em 1980. No ano seguinte, fez dois gols no 3 a 0 sobre o Liverpool, da Inglaterra, que garantiu o Mundial Interclubes à equipe carioca. Coincidência ou não, o autor do outro gol daquela partida, Adílio, também é candidato nesta eleição, concorrendo a deputado federal pelo PTC.
A chamada "bancada da bola" do Rio, que já tem o estadual Roberto Dinamite (PMDB) e o federal Deley (PSC), ex-jogador do Fluminense, é reforçada pela dupla de ataque tetracampeã com a Seleção em 1994 Bebeto, que concorre a estadual pelo PDT, e Romário, candidato a deputado federal pelo PSB.
Outro deputado investigado
Além de Nunes, o deputado estadual Altineu Cortes (PR) - outro que fora indeferido pelo TRE-RJ - conseguiu confirmar sua candidatura ao apresentar documentação pendente. Entretanto, ele é investigado pelo Ministério Público Eleitoral por suspeita de abuso de poder político e conduta vedada devido a desigualdade de oportunidades entre candidatos.
Cortes foi um dos candidatos para os quais o prefeito de Italva, Joelson Gomes Soares (PDT), pediu votos em uma reunião com 70 funcionários municipais, em 4 de agosto. Os outros foram o governador e candidato à reeleição Sérgio Cabral (PMDB), o candidato do PMDB ao Senado, Jorge Picciani, e o filho dele, Leonardo Picciani (PMDB), que tenta o terceiro mandato como deputado federal. Todos eles também são investigados.