O presidente Lula desempenhou um papel fundamental na organização do evento marcado para a próxima segunda-feira, que assinalará o primeiro aniversário dos ataques golpistas aos prédios dos três Poderes. Há observações de que o líder petista está utilizando a data com motivações políticas.
Porém, Lula argumenta que é essencial recordar a tentativa de golpe que o país enfrentou. Em entrevista, o presidente foi questionado se acredita que o episódio tenha fortalecido a democracia.
"Eu tenho certeza de que a democracia saiu mais fortalecida. E por que eu tenho certeza? Veja, pela primeira vez a gente mapeou corretamente quem era que estava com quem, quem estava querendo ou não dar golpe", afirmou Lula.
O presidente enfatiza que a "grande maioria da classe política" e a "grande maioria do povo não queria ditadura, queria democracia".
Apesar de reconhecer o fortalecimento da democracia, o presidente destaca a importância de lembrar a data para consolidar o sistema e atender às aspirações da sociedade.
"É importante que a gente aprenda uma lição com o que aconteceu, para a gente fortalecer a democracia. Daqui para frente, nós precisamos ter em conta que a democracia precisa dar respostas aos anseios da população. Precisa garantir emprego, precisa garantir salário, precisa garantir educação, precisa garantir saúde, ou seja, nós precisamos fazer a sociedade compreender que através da democracia a gente pode garantir um Estado de bem-estar social para que as pessoas vivam com muita dignidade e com muito respeito neste país", destacou Lula, presidente do Brasil.
Lula solicitou a presença de todos os ministros do governo no evento de segunda-feira, alguns dos quais tiveram que ajustar ou dividir suas férias devido à "intimação" do chefe. Mesmo com a ausência anunciada de alguns governadores de oposição, Lula se empenhou pessoalmente para garantir que o evento reflita a união dos Poderes.
Por fim, no caso dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), Lula fez convites pessoais durante jantares com membros da Corte. Apesar de o presidente da Suprema Corte, Luís Roberto Barroso, estar em viagem, ele se comprometeu a participar do evento conforme acordado com Lula.