O governo Dilma Rousseff vai fazer uma "operação limpa prateleira" para reduzir as insatisfações dos aliados no Congresso, liberando nomeações e verbas de emendas parlamentares represadas no Palácio do Planalto. A informação é da nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, nomeada na semana passada como nova articuladora política do governo.
"Vou fazer uma operação limpa prateleira, coisa de mulher. Tem muita coisa parada no Planalto acumulando poeira e só gerando insatisfações nos aliados", afirmou Ideli ontem a um jornal. Ela cita seu ministério anterior, o da Pesca, como exemplo. Nomeações acertadas há mais de dois meses para superintendentes estavam paradas no Planalto. "Tudo estava combinado, mas não saía. Se acontecia no meu ministério, o mesmo deve se repetir nos demais."
Segundo Ideli, tudo o que estiver conversado e acertado será liberado nos próximos dias. Os cargos mais "nevrálgicos" serão analisados com "cuidado" para não criar tensões na base aliada.
Sobre as verbas de emendas, ela disse ter recebido aval de Dilma para acelerar as liberações. Afirmou que serão autorizados os pagamentos de R$ 250 milhões que faltavam dos R$ 700 milhões prometidos a prefeitos.
A relação do governo Dilma com sua base aliada no Congresso sofreu desgastes nas últimas semanas, levando à derrota na votação do Código Florestal na Câmara. Os aliados, PT e PMDB à frente, reclamavam de pedidos não atendidos de cargos e verbas. Os atritos aumentaram com a crise que atingiu Antonio Palocci, demitido na semana passada. Ele brigou com peemedebistas e perdeu o apoio dos petistas.