A assessoria de imprensa da Secretaria de Relações Institucionais informou nesta sexta-feira (20) que a ministra Ideli Salvatti decidiu exonerar o funcionário Idaílson José Vilas Boas Macedo, suspeito de envolvimento com um grupo acusado pela Polícia Federal de quadrilha, lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias, entre outros crimes.
O envolvimento de Idaílson com a quadrilha foi revelado por reportagem do site do jornal "O Estado de S. Paulo". O suposto esquema é investigado pela Polícia Federal, que deflagrou nesta quinta-feira (20) a operação Miquéias.
A polícia descobriu que a organização aliciava prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social para que eles aplicassem recursos das respectivas entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis geridos pela quadrilha.
Os recursos eram aplicados em investimentos sem procedência e eram desviados para a conta dos envolvidos, incluindo prefeitos e gestores, segundo a polícia.
Segundo reportagem do jornal, Idaílson José Vilas Boas Macedo atuaria como lobista do esquema, tendo feito negociações dentro do Palácio do Planalto. Ele intermediaria negociações entre aliciadores do esquema e prefeito.
Por meio de nota, a assessoria da Secretaria de Relações Institucionais informou que Idaílson é assessor da subchefia de Assuntos Federativos. Além de sua exoneração, a ministra Ideli determinou a abertura de uma sindicância para apurar as denúncias.
Miqueias
A operação, deflagrada na manhã desta quinta (19), prendeu 20 pessoas e realizou 74 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Minas Gerais e São Paulo.
Os presos devem responder por gestão fraudulenta, operação desautorizada no mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Entre os bens do grupo, a PF apreendeu 18 veículos (sendo 10 de luxo), 1 moto e 1 lancha avaliada em R$ 5 milhões.
Nos 18 meses de investigação, a polícia estima que foram sacados mais de R$ 300 milhões das contas de 30 empresas de fachada usadas para movimentar os recusos desviados e lavar o dinheiro, numa tentativa de ocultar a origem ilegal.