Cimar Azeredo, presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), expressou surpresa nesta quarta-feira (28) em relação à grande discrepância entre as estimativas realizadas pelo órgão e os números oficiais apresentados pelo Censo Demográfico de 2022. Azeredo destacou que não esperava uma defasagem tão significativa entre as projeções e os resultados do censo.
"Foi uma contagem feita depois de 12 anos, sem uma contagem no meio da década, e já esperávamos essa defasagem. Não podíamos esperar que fosse tão alta, mas já sabíamos que ia dar uma diferença em relação à população que vinha sendo estimada", afirmou a jornalistas.
Segundo os dados oficiais divulgados nesta quarta-feira, referentes ao Censo Demográfico de 2022, a população do Brasil atingiu a marca de 203.062.512 habitantes. Esse número representa um aumento de 6,45% em relação ao último levantamento realizado em 2010. No entanto, esse resultado ficou consideravelmente abaixo das expectativas do IBGE, demonstrando uma defasagem em relação às estimativas anteriores.
Em 2021, o IBGE estimou que a população do país seria de pelo menos 213 milhões de habitantes. No entanto, em dezembro de 2022, com base em dados preliminares do censo, o instituto revisou essa estimativa para 207,7 milhões, o que representa um aumento de 4,7 milhões de pessoas em relação ao cálculo final.
Azeredo sugeriu que a análise mais aprofundada de certos indicadores, como os níveis de fecundidade, migração e mortalidade, poderá fornecer uma melhor compreensão das razões por trás dessa discrepância. Além disso, ele defendeu a ideia de que o IBGE realize uma contagem da população na metade da década, o que permitiria uma atualização mais frequente e precisa dos dados demográficos do país.
“É fundamental fazer uma contagem no meio da década para que não passemos pelo que passamos agora, um apagão de dados. Passamos, por conta da contagem, por um apagão de dados no meio da pandemia. Isso atrapalhou muito, não tínhamos informação sobre o número de vacinas para cada município. O censo mostra um país diferente, consegue colocar o Brasil no mapa, mostrar onde está a população”, disse.