Haddad anuncia medidas para alcançar 'déficit zero', mas depende do Congresso

O déficit de R$ 230,5 bilhões foi impulsionado pelo aumento das despesas deixadas de governos anteriores e pela redução da arrecadação

Fernando Haddad - ministro da Fazenda | Reprodução
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Nesta terça-feira (6), o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a equipe econômica está trabalhando em novas medidas para alcançar o almejado déficit fiscal zero em 2024, conforme previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). No entanto, Haddad ressaltou a importância do apoio político para o sucesso dessas iniciativas.

O anúncio ocorre após as contas do governo em 2023 registrarem um déficit de R$ 230,5 bilhões, o segundo pior da série histórica do Tesouro Nacional desde 1997. Esse déficit expressivo foi impulsionado pelo aumento das despesas e pela redução da arrecadação.

No último ano, o governo implementou diversas medidas para aumentar a arrecadação, como a tributação de fundos exclusivos e de "offshores", mudanças nos juros sobre capital próprio, fim de benefícios às empresas e a retomada do voto de confiança do Carf, entre outras. No entanto, tais ações ainda não são suficientes para garantir o déficit zero, requerendo aprovação do Congresso para mudanças adicionais.

Medidas estudadas

Entre as medidas que aguardam aval legislativo está a limitação de créditos tributários das empresas, um programa de estímulo ao setor de eventos no pós-pandemia e a reinstauração da tributação da folha de pagamentos para 17 setores intensivos em mão de obra, o que gerou reações negativas do empresariado e parlamentares.

Fernando Haddad destacou a importância da colaboração entre os Poderes: "Todo esforço que estamos fazendo é para os três Poderes se entenderem. Se isso continuar acontecendo, eu sou muito otimista com a economia brasileira. Mas a política precisa ajudar, precisa continuar aberta para se debruçar sobre os dados, reconhecer a legitimidade desses dados, pedir ajuda externa quando for o caso", afirmou durante uma conferência do BTG Pactual.

Regulamentam a reforma tributária

O governo também busca aprovar, ainda em 2024, medidas que regulamentam a reforma tributária de 2023 e os primeiros passos de uma reforma sobre a tributação da renda. Embora essas mudanças não impactem diretamente o Orçamento de 2024, são consideradas sinais positivos para o mercado, podendo melhorar as expectativas e atrair investimentos.

Haddad ressaltou que seu otimismo em relação à economia brasileira depende da perspectiva política, destacando que a meta de zerar o déficit fiscal está nas mãos do Legislativo. Em relação a possíveis bloqueios de gastos, o ministro afirmou que o governo está empenhado em evitar contingenciamentos neste ano, buscando apoio do Congresso e da sociedade para as medidas necessárias.

Analistas indicam que a possível mudança na meta fiscal para prever déficit público neste ano poderia minimizar cortes de gastos, reduzindo o impacto nos investimentos em infraestrutura, como as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em um ano de eleições municipais.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

Leia Mais
Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES