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Haddad acusa crime organizado de lavar dinheiro nos EUA e pede ação conjunta

Ministro falou ainda em 'abrir frente de trabalho com o governo dos EUA para inibir lavagem de dinheiro' usando paraísos fiscais.

Fernando Haddad | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (26) que organizações criminosas estão enviando recursos para empresas de capital aberto nos Estados Unidos com o objetivo de lavar dinheiro. Ele defendeu que o tema seja levado à discussão com o governo norte-americano.

As declarações foram dadas na entrada do Ministério da Fazenda, em referência à operação deflagrada pela Polícia Federal nesta manhã contra o Grupo Refit.

“Queremos pautar, com os Estados Unidos, conversas sobre crime organizado. Estão abrindo empresas em Delaware (EUA). Faz um empréstimo para esses fundos, que é a suspeita da Receita de que jamais serão pagos, e voltam em forma de aplicação no Brasil, como se fosse um investimento estrangeiro direto”, disse Haddad a jornalistas.

O ministro classificou esse tipo de operação como uma “triangulação internacional gravíssima”. Haddad falou em “abrir frente de trabalho com o governo dos EUA para inibir lavagem de dinheiro usando paraíso fiscal lá”.

“A última operação foi de R$ 1,2 bilhão. Feito simulando um investimento estrangeiro, dinheiro saiu daqui e está voltando para esses fundos”, acrescentou ele.

“Fazer chegar as informações de como os fundos nos Estados Unidos estão sendo utilizados para lavagem de dinheiro e simulação de investimento estrangeiro no Brasil. Dinheiro ilícito está saindo daqui desses fundos, que estão sendo bloqueados. Mas não sabemos quantos fundos são. Importante ter colaboração internacional”, frisou.

Segundo o ministro Haddad, a Receita Federal também detectou a entrada de armas contrabandeadas dos Estados Unidos. Ele informou ter solicitado a criação de um grupo de trabalho conjunto com o governo norte-americano para conter o fluxo de armamento ilegal para o Brasil. 

“Armas estão chegando no Brasil de contêineres de lá, vêm peças de reposição ou o próprio armamento, ilegalmente. Pedi para o Barreirinhas [secretário da Receita] fazer um relatório documentando com fotografias, número de contêineres. Demonstrando que a parceria é fundamental. Se queremos impedir que a droga chegue lá, é fundamental que iniba o crime nos territórios impedindo que o armamento pesado chegue ao Brasil”, declarou.

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