Com a legenda rachada, 89 delegados do PSOL escolheram o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio como pré-candidato à Presidência, durante sua 3ª Conferência Eleitoral Nacional, no Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo, em um evento paralelo, também no Rio, apoiadores da pré-candidatura do ex-sindicalista Martiniano Cavalcante --entre eles, a presidente do partido, Heloisa Helena-- reclamavam do descredenciamento dos representantes de três estados e prometiam recorrer da decisão.
Segundo participantes da plenária paralela, os representantes de Acre, Roraima e Minas Gerais tiveram o direito a voto negado na conferência nacional, "por formalidades burocráticas, sem nenhuma alegação formal", o que levou 92 delegados a se reunirem em um sindicato próximo, onde decidiram pedir um congresso extraordinário do partido.
Para Heloisa Helena, esta seria a única forma de "garantir a legitimidade nacional" da decisão do PSOL. A ex-senadora saiu do evento soltando farpas contra o diretório estadual de São Paulo, principal fonte de apoio da pré-candidatura da paulista Plínio de Arruda Sampaio. "Quem entrou no partido depois de eles ser fundado não tem o direito de rasgar a militância que o criou, com enormes dificuldades (...) em comunidades ribeirinhas da Amazônia", disse.
Responsável pela conferência e apoiador de Plínio, o secretário-geral do partido, Afrânio Boppré, atacou Heloisa Helena, classificando-a de "omissa" na organização e no fortalecimento do partido. Para Boppré, a ex-senadora --candidata do PSOL em 2006-- era a melhor opção do partido à presidência, mas errou ao não aceitar a tarefa novamente, preferindo, no primeiro momento, apoiar Marina Silva, do PV. O apoio, porém, foi rejeitado pela maioria do PSOL, devido à aliança entre PV, PSDB e DEM no Rio de Janeiro.
Ex-deputado constituinte pelo PT e candidato do PSOL ao governo de São Paulo em 2006, Plínio de Arruda Sampaio ainda contou com a desistência do ex-deputado federal Babá e disse que a "unidade" em, torno de sua pré-candidatura foi demonstrada pela presença de 15 das "17 correntes internas" do partido na conferência. "Gostaria que a senadora estivesse presente", afirmou, sobre Heloisa Helena.
Mais do que almejar a presidência, o pré-candidato contou que pretende usar o espaço da propaganda eleitoral "para mostrar que, ao contrário do que a propaganda da "direita" fala, a coisa não está maravilhosa" --incluindo seu ex-partido, PT, na classificação. "A esquerda faz agitação, porque é isso que ela tem que fazer", completou.