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Governo Trump anuncia operação 'Lança do Sul' sob alegação de combater narcotráfico

Nos últimos meses, Washington vem ampliando a movimentação de navios e aeronaves militares nas proximidades da Venezuela

Donald Trump | Foto: Reprodução
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O secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, divulgou nesta quinta-feira (13) o início de uma nova ofensiva militar batizada de “Lança do Sul”. Segundo ele, a ação tem como foco enfrentar grupos que classificou como “narcoterroristas” e reforçar a proteção do território americano contra o tráfico de drogas.

Embora o governo não tenha detalhado onde a operação será executada, Hegseth afirmou que ela será conduzida em conjunto com o Comando Militar do Sul, responsável por atividades no Caribe e em países da América Latina. Nos últimos meses, Washington vem ampliando a movimentação de navios e aeronaves militares nas proximidades da Venezuela — algo que o governo de Nicolás Maduro, em Caracas, interpreta como uma possível preparação para uma intervenção.

Em publicação na rede X, o secretário declarou: “Hoje anuncio a Operação Lança do Sul. Sob a liderança da Força-Tarefa Conjunta Southern Spear e do Comando Sul, essa missão tem como propósito proteger nosso território, retirar narcoterroristas do hemisfério e impedir que drogas ameaçam a vida de nosso povo. O hemisfério Ocidental é a vizinhança da América — e vamos defendê-lo.”

Além disso, imagens recentes mostram Hegseth reunido com comandantes militares na Base de Quantico, reforçando a relevância da iniciativa.

Operações e armamentos em expansão

No início do ano, o Comando Sul já havia divulgado uma ação com o mesmo nome, mencionando o uso de sistemas robóticos autônomos para ampliar a capacidade de detectar e monitorar o tráfico ilícito.

Nesta semana, a Marinha dos EUA informou que o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, passou a atuar na região latino-americana. A embarcação e seu grupo de ataque darão suporte a operações destinadas a enfraquecer organizações criminosas transnacionais.

Esse reforço se soma a uma presença militar já considerável no Caribe, composta por destroyers, caças, helicópteros de operações especiais e bombardeiros. Nos últimos dois meses, mais de 20 embarcações foram destruídas no Caribe e no Pacífico, em ações que deixaram mais de 70 mortos, conforme dados das Forças Armadas americanas, que atribuem os barcos a grupos envolvidos com narcotráfico.

Tensões com o governo Maduro

As operações se intensificaram após os EUA dobrarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que possam levar à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar o chamado Cartel de los Soles — rotulado pelo governo americano como organização terrorista. Dentro dessa narrativa, autoridades dos EUA afirmam que Maduro poderia ser considerado um alvo em ações contra cartéis.

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