Governo reduz investimento e faz economia recorde de R$ 43 bi

De janeiro a abril, gastos cresceram 4,5% ante 2010, quando alta chegou a 89,4%; houve desaceleração em obras do PAC.

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Para fazer economia recorde nos primeiros quatro meses do ano, além de estar arrecadando mais, o governo federal segurou investimentos. A liberação de recursos para estradas e aeroportos, entre outras obras, caiu de R$ 3,289 bilhões em abril do ano passado para R$ 2,996 bilhões em abril deste ano.

Já a quantia de impostos arrecadada pela Receita subiu 11,51% de janeiro a abril, na comparação com os quatro primeiros meses de 2010. Como em janeiro o investimento havia sido alto, há um crescimento acumulado de 4,5% no ano. O número é menor que o registrado no mesmo período de 2010: 89,4%.

Os investimentos ficaram abaixo até mesmo da alta do PIB (Produto Interno Bruto) acumulada de janeiro a abril. A expansão é estimada em 12% pelo Banco Central, sem considerar a inflação.

Se for descontada a alta de preços, segundo a consultoria LCA, o crescimento da economia fica em 4%. Segundo o governo, no ano passado houve grande antecipação de dinheiro no início do ano por conta do período eleitoral. A legislação impede a assinatura de contratos no 2º semestre.

O economista Samuel Pessoa, da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz que houve a concretização de um ciclo visto em vários governos: "É natural no começo do governo o investimento estar mais baixo e no último ano ser mais alto. O ciclo político é feito no investimento, que é a parte do gasto que o governo tem mais condição de ajustar", diz.

A redução no ritmo dos gastos é observada na execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Neste ano, as despesas com o programa cresceram 39%. No ano passado, subiram 108% no mesmo período.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirma que o desempenho do ano não é uma tendência: "Estamos absolutamente tranquilos de que o investimento no ano vai crescer bem acima do PIB nominal".

O governo central (Tesouro, Previdência e BC) economizou R$ 41,47 bilhões de janeiro a abril. Em abril, o superavit foi de R$ 15,6 bilhões.

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