O governo publicou no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (17) a nomeação dos seis novos ministros anunciados pela presidente Dilma Rousseff na última semana, como parte da reforma ministerial. As exonerações dos ministros que deixam o cargo também foram publicadas. Os novos titulares das pastas tomam posse em cerimônia no Palácio do Planalto marcada para 10h desta segunda.
Os ministros que serão empossados no evento pela presidente Dilma são: Neri Geller (Agricultura); Gilberto Occhi (Cidades); Ciência e Tecnologia (Clélio Campolina); Desenvolvimento Agrário (Miguel Rosseto); Pesca (Eduardo Lopes); Turismo (Vinicius Lages).
As mudanças eram esperadas desde o ano passado, com a saída dos antigos titulares das pastas para disputar as eleições em outubro.
Na maioria das trocas na Esplanada, Dilma escolheu nomes ligados aos partidos que já ocupavam os ministérios, mantendo Cidades com o PP; Desenvolvimento Agrário com o PT; Pesca com o PRB; e Agricultura e Turismo com o PMDB.
Crise
A definição dos novos ministros ocorre em meio a uma crise da base aliada na Câmara com o Planalto, que sofreu duas derrotas na última semana imposta pelos deputados: a criação de uma comissão para investigar a Petrobras; e a aprovação da ida de dez ministros a comissões para prestar esclarecimentos.
os nomes definidos pela presidente não foram acertados com a bancada do PMDB da Câmara, maior foco da crise, que rejeitou indicar substitutos para as duas pastas.
Entre os motivos da insatisfação dos deputados peemedebistas, estão desavenças na formação de alianças com o PT para as eleições estaduais, a não liberação de verbas de emendas parlamentares, pouca participação nas decisões do Executivo e falta de prestígio no lançamento de programas e obras, além da dificuldade em emplacar nomes na reforma.
O PP, por sua vez, que também andava insatisfeito com o Planalto, com parte de seus deputados aderindo a retaliações do PMDB, foi atendido na reforma. O nome de Gilberto Occhi para Cidades foi apresentado na terça (11) numa reunião no Palácio do Planalto com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
O PT, que enfrentou os aliados na Câmara em defesa do governo, manteve o Desenvolvimento Agrário com Miguel Rossetto, que já havia comandado a pasta entre 2003 e 2006, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gaúcho como Pepe Vargas, Rossetto atualmente é presidente da Petrobras Biocombustíveis.
O PRB, também aliado do governo, emplacou Eduardo Lopes, suplente de Crivella, que se licenciou do mandato no Senado em 2012 para integrar o Executivo.