Governo, parlamentares e empresários invertem boicote do Carrefour

A medida ocorre após o executivo anunciar a suspensão da compra de carne do Mercosul e questionar a qualidade do produto.

O Carrefour prepara uma carta de desculpas ao Brasil e frigoríficos nacionais | Reprodução/Redes sociais
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Representantes do Carrefour e da Embaixada da França em Brasília informaram ao Ministério da Agricultura que o presidente global do grupo, Alexandre Bompard, está preparando uma carta de desculpas ao Brasil e aos frigoríficos nacionais. A medida ocorre após o executivo anunciar a suspensão da compra de carne do Mercosul e questionar a qualidade do produto.

A informação foi publicada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira, 25. De acordo com o veículo, a empresa comunicou ao governo brasileiro a intenção de entregar a carta diretamente ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O embaixador francês estaria encarregado de realizar a entrega ainda nesta semana.

No entanto, fontes do governo indicam que a solução do conflito vai além de um pedido formal de desculpas. O reconhecimento da qualidade da carne brasileira, que foi alvo de críticas, também é considerado essencial.

O Carrefour informou que não irá se manifestar sobre o caso.

Entenda a crise

A controvérsia teve início na quarta-feira passada, quando Alexandre Bompard anunciou nas redes sociais que o Carrefour deixaria de adquirir carne do Mercosul. A decisão foi apresentada como um gesto de solidariedade a protestos realizados na França contra o acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia. Além disso, Bompard questionou publicamente a qualidade da carne brasileira, gerando forte reação.

O posicionamento repercutiu negativamente entre o governo brasileiro e os frigoríficos, que anunciaram um boicote à rede varejista. Já nesta segunda-feira, algumas lojas do Carrefour em São Paulo registravam falta de produtos de grandes fornecedores, como JBS, Marfrig e Friboi.

Para o governo, a manutenção da narrativa sobre suposta baixa qualidade da carne brasileira poderia incentivar questionamentos de outros países ou blocos econômicos, ampliando o impacto sobre o setor. Nesse contexto, o governo acredita que a rede francesa deve recuar diante da pressão e das consequências econômicas potenciais.

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