Após realizar o corte no custeio em até 20% nas pastas do Executivo, o Governo do Estado busca intensificar as negociações nos próximos dias com categorias de servidores, com as dificuldades na consecução dos recursos, principalmente no período complicado orquestrado pela crise mundial, o secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, direcionou para a intensificação no diálogo, tendo a ciência da importância do consenso no andamento das obras e investimentos no Piauí.
"Para investimentos, com os recursos do Tesouro, tivemos menos de R$ 15 milhões ao mês, com esses aumentos não sei nem se sobra nada, mas ainda temos as operações de crédito e programas. Isso dificultaria o andamento de diversas obras, como estamos colocando desde o início", declarou.
De acordo com o gestor, se os reajustes fossem aplicados da maneira como estão previstos na legislação, a máquina pública correria sério risco, a projeção negativa abrange primordialmente o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), fator que levaria o Estado à inadimplência, impedindo a aprovação de empréstimos e várias operações financeiras.
"Ainda não ultrapassamos o limite prudencial, o que colocamos é a probabilidade de que se forem dados todos os aumentos simultaneamente, a projeção para o terceiro quadrimestre era de superá-lo. Fechamos com 44,59%, com a projeção passaria de 46%, podendo chegar a 46,55%", explicou.
Com o déficit estimado em R$ 300 milhões ao ano, Fonteles novamente indica para a cautela nas operações, pedindo o entendimento com as categorias.
"Independentemente do reajuste, a situação do Estado é difícil e ações que tomamos para o aumento da arrecadação não surtem efeito imediatamente, nós estamos aí com o programa de recuperação fiscal, Refis, há uma grande esperança dele ser bem-sucedido, nos ajudar e aliviar um pouco esse golpe do déficit global que nós temos desde o início do ano que é estimado em R$ 300 milhões. A gente não consegue ou cortar R$ 300 milhões ou arrecadar R$ 300 milhões da noite para o dia, é um processo muito lento, tijolo a tijolo", afirmou.