Os gastos do governo Bolsonaro com alimentos e petiscos servidos no avião presidencial somaram mais de R$ 3,5 milhões durante seus quatro anos de governo. Os dados foram levantados no Portal da Transparência pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e incluem viagens realizadas desde 2019.
Os números mostram que entre 1o de janeiro e 14 de novembro deste ano, gastou-se R$ 1.183.459,95 com comida e bebida durante as viagens do avião presidencial. O valor é superior ao de anos anteriores. Em 2019, o gasto com esses itens foi de R$ 851.159,36. Em 2020, os quitutes servidos nos voos custaram R$ 656.117,38. Já em 2021, quando começou a pandemia da Covid-19, o valor saltou para R$ 889.583,37.
O contrato para o fornecimento das refeições e petiscos foi firmado em junho de 2017, no governo de Michel Temer, e vem sofrendo sucessivas prorrogações. A tratativa inclui refeições prontas (almoço, jantar e café da manhã), bebidas não alcoólicas, lanches (salgados e sanduíches), petiscos (castanhas, barras de cereais e frios), frutas, doces e gelo.
— Esses valores absurdos colocam em xeque a imagem que o presidente quer passar, de um homem simples, que come farofa na rua, que gosta de macarrão instantâneo e leite condensado. E esse tipo de serviço não é pago com o cartão corporativo, uma vez que a empresa mantém relação contratual por meio de licitação. Ou seja, além de gastar milhões todo mês com cartão, Bolsonaro ainda usou mais dinheiro público para bancar luxos no avião presidencial”, diz o deputado.
Elias Vaz pediu investigação ao Tribunal de Contas da União sobre aumento de gastos dos cartões corporativos da presidência no período eleitoral, que somam R$ 9,1 milhões.