Pelo quarto ano consecutivo, o desmatamento no Cerrado registrou um aumento, totalizando 11 mil km² no período de agosto do ano passado a julho deste ano, de acordo com dados do Prodes, o sistema de monitoramento por satélite do Inpe. Essa extensão devastada é quase o dobro do tamanho de Brasília.
O governo federal anunciou um plano de preservação do bioma em resposta a essa preocupante tendência. Embora tenha sido destacado que os atuais 3% de desmatamento representam um ritmo mais lento de destruição em comparação com o governo anterior, a persistência do aumento nos últimos quatro anos levanta sérias preocupações sobre a preservação do Cerrado.
A região mais impactada pelo aumento do desmatamento no Cerrado é a denominada Matopiba, abrangendo partes dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que juntos respondem por 75% da área desmatada. Notavelmente, a Bahia experimentou um aumento significativo de 38% nesse período, enquanto Goiás e Mato Grosso registraram as maiores reduções, com quedas de 18% cada.
O Ministério do Meio Ambiente revela que mais da metade da devastação ocorreu em propriedades privadas, em conformidade com o código florestal. Para o Cerrado, a legislação exige que os proprietários rurais preservem entre 20% e 35% da vegetação nativa.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que, apesar da recente redução do desmatamento na Amazônia anunciada no início do mês, o Brasil enfrenta um grande desafio em relação ao Cerrado na iminente COP28, a Conferência do Clima nos Emirados Árabes. A conferência está marcada para iniciar na quinta-feira (30).