O governo afirmou que a primeira queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff desde sua posse, há dois anos e meio, é uma "oscilação normal" e sem relevância. Considera ainda que a inflação, os problemas com os boatos sobre o fim do Bolsa Família e a seca no Nordeste, que causaram essa queda, já estão praticamente normalizados.
A visão do governo é de uma atividade econômica "muito forte" no segundo semestre, o que estima dar "muita segurança para 2014", o ano da eleição presidencial.
Ao desembarcar hoje cedo em Lisboa, Portugal, a presidente foi confrontada com a pesquisa da Datafolha, mostrando que 57% da população avalia seu governo como bom ou ótimo, uma queda de oito pontos em relação ao levantamento feito em março.
Pouco depois da chegada da delegação em Lisboa, o assessor internacional do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, hesitou em comentar a pesquisa, dizendo que precisava analisar melhor e ver qual a margem de erro, mas concluiu: "Sinceramente, não acho que seja relevante".
Mais tarde, cercado por televisões, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, desceu ao hall do hotel para dar a resposta do Palácio do Planalto sobre a pesquisa que, em todo caso, ainda mantém Dilma como a favorita para ganhar a eleição presidencial do ano que vem.
"A pesquisa mostra oscilação que é normal para uma pesquisa de opinião", disse. "Ela mantém a presidente no melhor patamar de apoio popular de intenções de votos para 2014, quando comparamos com qualquer outro presidente".
O ministro apontou o que na visão do governo reflete essa oscilação. Primeiro, disse que a inflação já está em trajetória de queda e "completamente normalizada". E que o tomate, que ele chama de "vilão da inflação", estará na mesa de todo brasileiro até o fim do ano. Além disso, disse que o país terá a maior safra de alimentos da história do Brasil.
Mercadante citou também o incidente sobre os boatos que apontavam o fim do Bolsa Família, outra questão que, segundo ele, está "totalmente superada". Quanto ao problema da seca no Nordeste, Mercadante afirmou que o governo está preparando plano específico para amenizar o impacto desse fenômeno.
O pessimismo da população em relação a economia também parece não ter sido sentido, na visão do governo. O ministro disse que a produção industrial veio muito forte em abril e deverá permanecer assim em maio. "Já temos superávit comercial em maio e o emprego também crescendo fortemente. Em abril, tivemos mais emprego do que a própria economia dos EUA", observou.
Além disso, com vistas na eleição do ano que vem, Mercadante vê "excelentes perspectivas, com pacote "muito grande" de investimentos no segundo semestre que "nos dá muita segurança para 2014".
O governo trabalha com a expectativa de receita líquida extraordinária neste ano, vinda tanto dos R$ 2,6 bilhões com concessões já feitas na área de petróleo e gás, como também das concessões no campo de Libra com as quais o Palácio do Planalto espera arrecadar R$ 10 bilhões neste ano.
"Alavancando investimento privado, vamos ter um segundo semestre muito forte e terminar o ano com taxa de crescimento bastante significativa quando comparamos com o cenário de crise internacional", completou o ministro, antes de partir para almoçar com a presidente Dilma.