Governadores de 10 estados mandam PM liberar rodovias

O ministro Alexandre de Moraes reforçou que as polícias militares dos estados podem desobstruir inclusive as estradas federais

Alexandre de Moraes | Flickr/@tsejusbr
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Ao menos 10 estados determinaram que a PM atue para liberar as rodovias no país bloqueadas por manifestantes bolsonaristas que protestam contra o resultado das eleições de domingo (30).

Entre os governos dos estados que determinaram que a PM atue para liberar as rodovias no país bloqueadas por bolsonaristas estão:

Rio de Janeiro;

São Paulo;

Minas Gerais;

Rio Grande do Sul;

Paraná;

Maranhão;

Bahia;

Goiás;

Mato Grosso;

Em Pernambuco, o governo estadual afirmou que vem atuando desde ontem em apoio à Policía Rodoviária Federal (PRF) e que as operativas da Polícia Militar estão sendo empregadas nesses trabalhos de garantia do fluxo em rodovias federais;

 


Manifestantes bloqueiam rodovias do Brasil Foto: Agência Brasil 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou nesta terça-feira (1º) que as polícias militares dos estados podem desobstruir inclusive as estradas federais bloqueadas no país e identificar, multar e prender os responsáveis pelos bloqueios.

Alexandre de Moraes Foto: Flickr/@tsejusbr

Segundo balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), há bloqueios em 227 rodovias federais. Desde o último domingo (30), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram a impedir o fluxo em vias por todo o país contra o resultado das eleições.

- Manifestantes informam que só sairão da BR-316 com ordem de Jair Bolsonaro

Nesta segunda (31), Alexandre de Moraes já havia determinado às polícias que adotassem as medidas desnecessárias para desbloquear as vias. A maioria dos ministros do STF já votou por manter a decisão.

"As polícias militares dos estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos, independentemente do lugar em que ocorram, seja em espaços públicos e rodovias federais, estaduais ou municipais, com a adoção das medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis dos poderes executivos estaduais, para a imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido", escreveu Moraes.

Na sequência, Moraes determina que a desobstrução deve acontecer com:

resguardo da ordem no entorno;

segurança dos pedestres, motoristas, passageiros e dos próprios participantes do movimento ilegal que porventura venham a se posicionar em locais inapropriados nas rodovias.

Moraes determinou às polícias que:

identifiquem eventuais caminhões utilizados para bloqueios, obstruções e/ou interrupções em causa;

remetam os responsáveis imediatamente a juízo para aplicação de multa horária de R$ 100.000,00;

efetuem prisão em flagrante delito dos que estiverem praticando crimes.

Ofício da PRF

Na noite desta segunda-feira, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, enviou um ofício aos superintendentes regionais do órgão determinando que "todos os policiais disponíveis devem ser empregados para a garantia do direitos de ir e vir da população brasileira".

Repercussão

Nesta segunda, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou que os bloqueios são "inaceitáveis".

"Os bloqueios realizados em rodovias de diversas unidades da Federação por pessoas que discordam do resultado das eleições são inaceitáveis, uma vez que a Constituição não admite manifestações que ataquem o Estado Democrático de Direito", diz o texto assinado pelo presidente nacional da Ordem, Beto Simonetti.

"O respeito à soberania popular é primado básico da democracia. O direito de ir e vir não pode ser restringido por atos antidemocráticos", acrescentou Simonetti.

Também nesta segunda-feira, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) publicou uma nota de repúdio aos protestos, classificando-os como "antidemocráticos".

"Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva", diz o texto, em nome do diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, caminhoneiro autônomo de Ijuí (RS).

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