O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu na noite de quinta-feira (27) a implementação da prisão perpétua no Brasil para determinados crimes. Durante um encontro com agentes do mercado financeiro no Annual Meeting da XP Asset Management, ele afirmou que o país precisa de mudanças na legislação para fortalecer o combate à criminalidade.
Eu defendo algumas mudanças [na legislação] que são até radicais. Que a gente comece a enfrentar o crime com a dureza que o crime merece ser enfrentado. Não acho, por exemplo, nenhum absurdo você ter prisão perpétua no Brasil.
Pré-candidato para as eleições de 2026 — seja para a reeleição em São Paulo ou para a Presidência da República —, Tarcísio afirmou ser favorável a que a prisão perpétua seja debatida em um referendo já no pleito de 2026.
Ele também elogiou a atuação do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, destacando seu modelo de tolerância zero ao crime organizado.
Bukele ganhou notoriedade pelo uso de força rigorosa no combate às gangues, mas é acusado de violações de direitos humanos, apesar da queda na criminalidade. O líder salvadorenho se tornou referência para setores da extrema direita nos EUA e em outras partes do mundo.
Acho que a gente tem que aproveitar para repassar aquilo que a gente tá fazendo. Mal comparando, vamos ver o que o Bukele fez em El Salvador. O que era e o que é. Se a gente traz segurança para as pessoas, a gente também está trazendo segurança para os investidores. Nós estamos falando de oportunidade.
Quantas pessoas não se instalam em um determinado local por falta de segurança? Então, a gente precisa encarar a segurança de uma forma diferente, completou.
As declarações ocorreram após Tarcísio ser questionado sobre a atuação do Congresso Nacional nas mudanças voltadas ao combate ao crime organizado e às facções.
Em sua resposta, o governador cobrou novas iniciativas dos parlamentares para “elevar o custo do crime” e reiterou o apoio às operações Escudo e Verão, conduzidas pela Polícia Militar no litoral paulista, que resultaram em pelo menos 84 mortes.
Não é razoável deixar que alguém [ou algum grupo] domine um território e passe a impor a sua própria regra e a sua própria lei no território. O estado não pode permitir que áreas sejam dominadas por criminosos. Por isso, as operações pesadas que nós fizemos na Baixada Santista eram necessárias naquele momento para não se perder o controle da situação, afirmou.