O presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse na tarde desta quinta-feira (10), que o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), vai pedir desfiliação do partido nas próximas horas. O vice-governador do DF, Paulo Octávio, confirmou que Arruda vai deixar o partido.
O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador do DF é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), afirmou nesta quinta que poderia pedir a expulsão sumária de Arruda caso o governador conseguisse uma liminar para suspender o processo que responde no partido. Arruda acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira (9) pedindo a suspensão do processo alegando cerceamento da defesa. Pedido negado Mas a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou na tarde desta quinta-feira o pedido.
No processo, o advogado de Arruda, José Eduardo Alckmin, alegava falta de prazo para a defesa e, ainda, que a eventual expulsão seria ilegal, pois atentaria “contra o direito de ampla defesa”. Além disso, a defesa argumentou que o procedimento não foi fundamentado com elementos que comprovem o envolvimento do governador com o suposto esquema de corrupção.
Os argumentos não convenceram a ministra do TSE, que observou que o partido concedeu prazo de oito dias para a defesa. Cármen Lúcia destacou também que a expulsão ou não de Arruda é um assunto que diz respeito somente ao partido DEM e não à Justiça Eleitoral. A ministra observou que, ao contrário do que alegava a defesa de Arruda, a Executiva Nacional do partido tem sim competência para analisar questões éticas contra Arruda, pelo fato de ele ser governador.
O DEM havia marcado para esta sexta-feira (11) a reunião da Executiva Nacional, que decidiria pela expulsão ou não de Arruda. A saída de Arruda do DEM o deixa sem legenda para a disputa de cargos eleitivos nas eleições de 2010, pois o prazo de filiação a partidos se encerrou no começo de outubro, um ano antes do pleito do ano que vem.