Governador do Acre desabafa: “Não converso mais com Alckmin”

“Não converso mais com Alckmin, foi um ato de covardia do governador”, dispara Tião Viana

Tião Viana não reagiu bem às criticas feitas pelo governo de SP | Gleyciano Rodrigues/Estadão Conteúdo
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Após a crise que envolveu a vinda de imigrantes haitianos do Acre para São Paulo, no final do mês de abril, acabaram as possibilidades de diálogo entre os governadores dos dois Estados, Tião Viana (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), respectivamente.

Ao menos é isso o que declarou, na última quarta-feira (7), o petista, em entrevista ao R7 e a Record News.

? Parece a guerra da borracha contra o café. Me causou surpresa enorme, essas reclamações não procedem em nada. Não converso mais com ele. Alckmin perdeu a cordialidade. De repente, ele faz uma acusação desnecessária e usa um preposto para em atingir, atingir um governador, atingir um Estado. Foi um ato de covardia do governador.

Viana se referia à colocação da secretária de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, Eloisa de Souza Arruda, que, no calor dos acontecimento, anunciou que pretendia denunciar o Acre à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e classificou como "violação da dignidade" dos cidadãos haitianos o envio dos imigrantes para a capital paulista.

O acreano defendeu o acolhimento dessas pessoas pelo Estado brasileiro, e disse que suas decisões foram todas informadas ao Ministério da Justiça, "como venho fazendo desde 2011.

? Havia uma superlotação. Eram 2.500 pessoas no abrigo de Brasiléia, onde cabem 300. É preciso entender que essas pessoas não são do Acre, elas apenas passam por lá. Ao todo, já recebemos no Estado 21.190 haitianos. E São Paulo ficou com menos de 10% desse total e houve essa crise toda. Somente na última segunda-feira (5) entraram outros 150 haitianos no Acre. É mais do que os 138 que vieram para São Paulo em dez dias e eu não reclamei para ninguém.

Viana disse que seu Estado dá acolhimento e quatro refeições por dia para os imigrantes. O petista alegou ainda que as pessoas "são livres e se dirigem para onde elas querem".

Desde o começo do feriado da Páscoa, cerca de 400 haitianos viajaram para São Paulo e cem deles permaneceram abrigados na sede da Pastoral do Migrante da Igreja Católica, no Glicério, região central da capital. Eles só faziam uma refeição por dia e dormiam no chão. Os imigrantes também sofreram com a falta de material de higiene pessoal.

A principal reclamação do Palácio dos Bandeirantes foi a respeito da forma como o transporte foi feito, sem notificar o Estado e a Prefeitura para que pudessem "se preparar adequadamente para lidar com o tema".

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