Gilson Machado (PL), ex-ministro do Turismo no governo Jair Bolsonaro, foi solto na noite desta sexta-feira (13) após ter sua prisão revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele havia sido detido pela Polícia Federal por suspeita de tentar intermediar a obtenção de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A soltura ocorreu por volta das 23h, no Centro de Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. Durante o período em que esteve sob custódia, Machado permaneceu em uma cela isolada dos demais detentos, por medida de segurança.
PRISÃO OCORREU EM BOA VIAGEM, NA ZONA SUL DO RECIFE
Gilson Machado foi preso em sua residência, localizada no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana. Após ser levado à superintendência da Polícia Federal, no bairro do Pina, ele prestou depoimento e negou qualquer envolvimento no caso.
Em seguida, foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, onde realizou exame de corpo de delito antes de ser transferido ao Cotel.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), ele chegou ao presídio no período da tarde e foi colocado em cela separada para garantir sua integridade física.
PF INVESTIGA INTERMEDIAÇÃO DE PASSAPORTE PARA MAURO CID
A Polícia Federal apura se Gilson Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife, em maio de 2025, para conseguir um passaporte português em nome de Mauro Cid. O objetivo seria facilitar uma eventual fuga do ex-ajudante de ordens do país.
De acordo com a PF, no celular de Cid foram encontrados documentos e arquivos que indicam uma tentativa de obtenção da cidadania portuguesa, ainda em janeiro de 2023.
PGR QUER INVESTIGAR O EX-MINISTRO
Na última terça-feira (10), a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo uma manifestação pedindo a abertura de investigação formal contra Gilson Machado. No momento da prisão, os agentes federais apreenderam o celular, o carro e outros pertences do ex-ministro.
MACHADO NEGA CRIME E DIZ QUE PEDIU PASSAPORTE PARA O PAI
Ao chegar ao IML, Machado deu declarações à imprensa negando qualquer relação com Mauro Cid e afirmando que seu contato com o consulado português foi apenas para solicitar a renovação do passaporte do pai, que tem 85 anos.
“Não matei, não trafiquei drogas, não tive contato com traficante. Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, ao Consulado Português do Recife”, declarou.
Segundo ele, o pai teria comparecido ao consulado no dia seguinte, acompanhado de outro filho, para dar continuidade ao processo.
DEFESA DIZ NÃO TER ACESSO AO PROCESSO
O advogado de Gilson Machado, Célio Avelino, afirmou que ainda não teve acesso aos autos e desconhece os detalhes que fundamentaram a prisão de seu cliente. Ele reforçou que a defesa buscará todos os esclarecimentos necessários para provar a inocência do ex-ministro.