O senador Ciro Nogueira (PP-PI) ainda não sentou na cadeira de ministro da Casa Civil, mas já garante a aliados que o Senado vai aprovar o nome de André Mendonça para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é sua primeira missão no comando da pasta. O senador, que é ícone do centrão e tem bom trânsito na Casa, sabe que passar neste teste é essencial para que sua gestão vingue.
Entre as funções de Ciro Nogueira está a de arrefecer os ânimos do seu colega de partido, presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), contra André Mendonça. Lira trabalhou abertamente contra o escolhido de Bolsonaro.
Quando é perguntado por interlocutores se conseguiu acertar os ponteiros com o presidente da Câmara sobre o tema, Ciro Nogueira diz, com confiança, que “vai dar tudo certo".
Até a semana passada, as previsões de aprovação de André Mendonça eram pessimistas, inclusive entre integrantes da base do governo. Eles calcularam que o indicado tinha cerca de 20 votos, quando são necessários 41 para sua aprovação.
Antes de ser anunciado por Bolsonaro, o nome de André Mendonça foi abertamente criticado por Arthur Lira, que disse a integrantes do governo e do STF se tratar de “um erro” e que Mendonça seria o “Fachin” do presidente.
Edson Fachin é apontado por políticos do Centrão como exemplo de “traidor”. Indicado ao STF pela então presidente Dilma Rousseff em 2015, o ministro sofreu resistência no Senado e despontou na corte como um dos maiores defensores da Lava-Jato, operação que atingiu o coração do PT, partido de Dilma, e suas lideranças.