O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Assibge) convocou uma manifestação marcada para a próxima quinta-feira (26), em protesto contra as “medidas autoritárias” do presidente do IBGE, Márcio Pochmann. Com o lema “Alô IBGE, cadê o diálogo?”, os servidores decidiram, em assembleia, realizar um ato em frente à sede do IBGE, localizada na avenida Franklin Roosevelt, no Centro do Rio.
MOTIVOS DA MANIFESTAÇÃO
A convocação do sindicato destaca a necessidade de Pochmann revisar seu comportamento autoritário e iniciar um diálogo real com os servidores sobre as diversas mudanças que estão em andamento no instituto. Três principais questões foram levantadas:
1. Mudanças no Regime de Trabalho: Em agosto, o IBGE anunciou o fim do teletrabalho integral, exigindo que os funcionários retornem ao trabalho presencial pelo menos dois dias por semana a partir de 15 de outubro. O sindicato criticou essa decisão, considerando o prazo curto para a implementação e afirmando que ela descumpre promessas feitas anteriormente.
2. Criação da Fundação IBGE+: A fundação de apoio à inovação científica e tecnológica, criada em julho, foi anunciada apenas em setembro, sem um debate interno adequado. O sindicato expressou preocupação com a falta de informações sobre os cargos e estatuto da nova fundação, acusando a gestão de agir de forma superficial e sem transparência.
3. Transferência de Servidores: O plano de mover funcionários da diretoria de pesquisas para um prédio no Horto, na zona sul do Rio, foi criticado por dificultar o acesso devido ao transporte público escasso.
DECLARAÇÃO DOS SERVIDORES
Uma declaração que circula entre os trabalhadores, assinada por “Servidores do IBGE”, denuncia que a gestão atual tem implementado medidas desestabilizadoras e centralizadoras, prejudicando o funcionamento do instituto. Os servidores pedem o fim do mandato de Pochmann, alegando que suas decisões têm comprometido gravemente as operações do IBGE e a qualidade do trabalho realizado.
Além disso, o documento critica as “viagens frequentes e excessivas” de Pochmann, ressaltando que, em um cenário de escassez financeira, o IBGE enfrenta dificuldades para honrar pagamentos de aluguéis e está em débito com fornecedores. Os servidores afirmam que essa priorização das viagens em detrimento das atividades essenciais do instituto evidencia uma desconexão entre a gestão e as necessidades do IBGE e do país.
“O IBGE não dispõe de crédito para algumas despesas como o pagamento de aluguéis, está em débito com diversos fornecedores e restringe viagens técnicas essenciais para a condução de pesquisas. A prioridade dada a essas viagens, em detrimento da manutenção das atividades básicas do Instituto, reforça a desconexão entre a gestão e as reais necessidades do IBGE e do país”, diz um trecho do documento.
Com informações do Valor