O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), demonstrou otimismo em relação ao desempenho do presidente Lula (PT) nas eleições de 2026, durante entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura. Fonteles destacou a força dos palanques no Nordeste e o papel da presença de Lula nas entregas de obras e programas.
Palanques fortalecidos e apoio no PT
Fonteles afirmou que a recuperação recente da popularidade de Lula está ligada à sua maior presença no Nordeste:
"A própria presença dele, essa recuperação que a gente já obteve nas últimas semanas, tem a ver com essa presença maior do presidente Lula nas entregas que tem feito."
Sobre a eleição interna do PT, Fonteles foi direto ao apoiar o nome de Edinho Silva para a presidência nacional do partido, alinhado à vontade de Lula:
"O meu candidato é o candidato do presidente Lula. O presidente Lula está apoiando o Edinho, eu vou apoiar o candidato do presidente Lula."
Ao falar sobre a montagem dos palanques regionais, o governador defendeu a construção de alianças que fortaleçam o projeto nacional:
"Em alguns estados o PT vai abrir mão certamente de ter candidatura de governador para priorizar partidos aliados, pra fortalecer a vitória do presidente Lula também no Senado Federal e na Câmara Federal."
Oposição bolsonarista e o desafio da transição social
Questionado sobre quem seria o adversário de Lula em 2026, Fonteles indicou que o bolsonarismo deve seguir forte, mesmo com a possível ausência de Jair Bolsonaro:
"O candidato adversário do presidente Lula será totalmente identificado com o ex-presidente Bolsonaro, seja um parente ou um governador apoiado."
Sobre o debate econômico no Nordeste e a crítica de que a população estaria buscando alternativas fora das políticas de transferência de renda, o governador reforçou a visão de transição para o trabalho:
"Cada vez mais nós temos que investir na formação, nas oportunidades de crescimento das pessoas para que elas constituam suas famílias e vivam do suor do seu trabalho."
Fonteles destacou o desempenho do Piauí na redução da pobreza e defendeu a importância de integrar educação e mercado de trabalho:
"No Piauí, temos o maior índice de pessoas estudando no ensino médio e fazendo ensino técnico, chegando a 70%. Educação voltada para prática, tecnologia e inovação é o que vai gerar oportunidades."
Arcabouço fiscal e desengessamento do orçamento
Sobre a sustentabilidade fiscal, Rafael Fonteles elogiou as medidas de fortalecimento do arcabouço e defendeu maior flexibilidade para o gestor público:
"Tenho muita simpatia por desengessar o orçamento, até para dar mais autonomia para o gestor que foi eleito, para colocar mais recursos onde for maior prioridade da população."
Ele também defendeu a redução de incentivos fiscais ineficazes, o combate a fraudes em programas sociais e o uso da tecnologia como solução para gestão pública eficiente:
"No Piauí, com o Saúde Digital, conseguimos levar especialistas médicos para todas as unidades básicas de saúde a um custo muito menor."
Reforma política: mandato de cinco anos e coincidência de eleições
Fonteles se posicionou a favor da unificação das eleições e da extensão dos mandatos para cinco anos:
"Defendo a coincidência de eleições e um mandato de cinco anos. Isso seria muito útil para melhorar a gestão pública e fortalecer a democracia."
Saneamento: sucesso na concessão e enfrentamento de críticas
Ao comentar sobre o leilão de concessão do saneamento no Piauí, o governador discordou da avaliação de fracasso e classificou o processo como um sucesso:
"Foi a primeira concessão de água e esgoto do Brasil que envolveu todos os municípios do estado simultaneamente e a zona rural. Só o fato de termos conseguido isso já é uma vitória."
Fonteles explicou que a concessão foi necessária devido à incapacidade econômica da companhia estadual e que a universalização dos serviços é prioridade:
A companhia estatal há mais de 20 anos não consegue aumentar a cobertura de água e esgoto. Não tinha outro caminho senão a concessão para a iniciativa privada.
Apesar de reconhecer críticas de sindicatos, ele reafirmou que o processo foi amplamente debatido:
O debate não foi assodado. Demorou anos. O êxito em Teresina já havia confirmado a necessidade dessa mudança.
Governabilidade e espaço do PT no governo
Por fim, ao comentar sobre a reforma ministerial e a composição do governo Lula, Fonteles reafirmou a necessidade de manter uma frente ampla:
Se for haver mudanças no ministério, que seja para fortalecer a frente ampla de partidos que possibilitaram a vitória do presidente Lula em 2022 e que serão responsáveis também pela sua reeleição em 2026.