A discípula do líder seringueiro Chico Mendes que concorre à Presidência da República, Marina Silva, ganhou uma oponente de peso à campanha dela. A filha do ativista ambiental assassinado em 1988 no Acre anunciou sua posição na corrida presidencial: ela vai votar na presidente Dilma Rousseff.
Na opinião de Angela Mendes, Dilma representa "esperanças" enquanto ao redor de Marina pairam "dúvidas".
Nesta quinta-feira (29), ela publicou dois textos sobre Marina no Facebook, após as referências que a ex-ministra do Meio Ambiente fez ao pai dela no debate da Band, no início da semana. Angela classifica Marina de "enorme ponto de interrogação" com base na trajetória da ex-senadora.Questiona a postura da candidata em desistir - tanto do PT quanto do cargo máximo no Ministério do Meio Ambiente.
"Poderia ter resistido [ao PT], como fazem hoje tantos PTistas históricos, mesmo não tendo o mesmo espaço que a elite que tenta dominar o partido", argumenta Angela.
"Não resistiu à pressão enquanto ministra; quem me garante que vai resistir a pressões ainda mais fortes se eleita presidente?", indaga.
Aos que comentam sua postagem, a filha de Chico Mendes é enfática: "Prefiro a certeza de hoje do que (sic) a dúvida no futuro". Por isso, apoia a política do atual governo que, segundo ela, se tem problemas, "não admite dúvidas".
Sobre a frase de Marina na Band, ao chamar Chico Mendes de "elite", Angela tachou de "infeliz comparação", mas ponderou.
"Nem precisa de todo esse mimimi." Em 2010, Angela Mendes votou em Marina Silva para presidente no primeiro turno. Neste ano, várias postagens no perfil dela no Facebook divulgam candidaturas de petistas no Acre. Angela Mendes também criticou ações de Marina à frente do Ministério do Meio Ambiente, como a extinção da Secretaria de Coordenação da Amazônia.
Queixou-se do desmembramento do Ibama, em 2007, que passou a dividir atividades com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
"Hoje é um órgão desrepeitado, não tem recurso meramente para uma fiscalização nas unidades de conservação", disparou Angela.
"Sem falar em situações de constrangimento em que expôs o nome de Chico Mendes."
Há sete anos, a então ministra defendeu de forma incisiva a criação do Instituto Chico Mendes, argumentando que a divisão dos institutos aceleraria o processo de licenciamento ambiental das obras.
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