O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma representação solicitando medidas contra Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido ocorre após familiares de Cid deixarem o Brasil no mês passado, levantando suspeitas de tentativa de fuga.
Na petição, Gonet solicitou a prisão preventiva de Mauro Cid e de Gilson Machado Neto, ex-ministro do Turismo. Apenas a prisão de Gilson foi autorizada.
Na manhã desta sexta-feira (13), Gilson Machado foi preso em Recife. A suspeita é de que ele tenha tentado ajudar Mauro Cid a conseguir um passaporte português.
De acordo com o documento, em maio de 2025, os pais, a esposa e as filhas de Mauro Cid embarcaram para Los Angeles (EUA), com escala no Panamá. No entanto, chamou atenção das autoridades a ausência de registros oficiais da saída de uma das filhas.
"Embora tenha sido localizada a reserva (...), não há registro de procedimento migratório de saída do país, e seu nome não consta na lista de passageiros do referido voo. A informação reforça a hipótese criminal já delineada pela Procuradoria-Geral da República e evidencia a forte possibilidade de que Gilson Machado Guimarães Neto e Mauro César Barbosa Cid estejam buscando alternativas para viabilizar a saída de Mauro Cid do país, furtando-se à aplicação da lei penal", diz a representação.
A PGR apontou indícios de obstrução das investigações e favorecimento pessoal, além de suspeitar que os envolvidos poderiam buscar passaportes em outras embaixadas.
Na peça, Gonet solicitou:
Prisão preventiva de Gilson Machado e Mauro Cid;
Busca e apreensão pessoal e domiciliar, inclusive de dispositivos eletrônicos, contra ambos;
Acesso a dados bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos de Mauro Cid.