Nesta sexta-feira, 16 de junho, o Exército emitiu uma nota na qual afirma que as conversas com teor golpista entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o coronel Jean Lawand Junior "não refletem o pensamento da hierarquia e comando" da instituição. A nota foi enviada, inicialmente, para a Globo News.
O relatório da Polícia Federal revelou os diálogos encontrados no celular de Mauro Cid, os quais foram inicialmente divulgados pela revista "Veja". Além disso, os agentes da PF descobriram um documento contendo um plano de golpe. A colunista do G1, Andreia Sadi, teve acesso a esse relatório da PF.
"Opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força", diz o Exército no comunicado.
Além disso, o Exército ressalta que sempre prioriza a legalidade e o respeito aos preceitos constitucionais. A nota também menciona que medidas administrativas "cabíveis" estão sendo adotadas pela instituição, embora não tenha sido especificado quais providências estão sendo tomadas.
"Eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal. Na esfera administrativa, as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no âmbito da Força", diz trecho do documento.
Mensagens trocadas
Ainda de acordo com a revista, também foram encontradas, no celular do coronel, conversas com o militar Jean Lawand Júnior, atual subchefe do Estado Maior do Exército, que instigavam a realização de um golpe para a derrubada do Estado Democrático de Direito.
"Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara", afirmou Lawand Junior em um áudio enviado a Cid, em 1º de dezembro de 2022.