A investigação do suposto tráfico internacional de joias que envolve o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus assessores reativou uma tradicional Fake News contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta segunda-feira (14), durante o programa Morning Show, da Jovem Pan, a fake news compartilhada entre os apoiadores do ex-presidente de que o petista teria desviado mais de 500 presentes recebidos pelo Governo Federal, voltou à tona.
Na ocasião, uma das comentaristas questionou os "três conteineres de presentes" que Lula não teria devolvido. O apresentador do programa interrompeu o comentário e desmentiu a fake news. "As pessoas às vezes não entendem quando a gente tem que abordar o fato. E o fato, por muitas vezes, incomoda narrativas políticas. Eu sou obrigado aqui, por uma questão de ética jornalística, de me ater aos fatos. O Lula devolveu 559 presentes que foram incorporados ao acervo pessoal dele e pagou por itens que foram desaparecidos. Fazendo esse registro a todos porque a gente tem sempre que se ater aos fatos", afirmou.
Segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), entre 2003 e 2010, o presidente Lula recebeu 568 presentes durante audiências no exterior ou em solo nacional. Quando Lula deixou o cargo, os presentes foram então adicionados ao seu acervo pessoal. Em 2016, o TCU mudou o entendimento e determinou que presentes recebidos por presidentes deveriam ser restituídos à União. Seguindo a nova determinação, Lula devolveu 559 dos 568 presentes recebidos. Após auditoria, nove itens, avaliados em R$ 11.748,40, não foram encontrados, valor que foi pago por Lula ao TCU.
Investigação sobre supostos desvios de presentes durante governo Bolsonaro
Na última sexta-feira (11), a PF lançou uma operação para apurar supostos desvios de presentes oficiais recebidos durante o governo Bolsonaro. As suspeitas giram em torno da venda ilegal desses itens, que são propriedade da União, por pessoas ligadas ao ex-presidente. Comparada a uma abordagem cautelosa, a investigação está seguindo metodicamente.
Na primeira fase da operação, os alvos foram o tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; seu pai, o general da reserva do Exército, Mauro Cesar Lorena Cid; o tenente do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Osmar Crivelatti; e o advogado Frederick Wassef, que já representou Bolsonaro e sua família em diversos processos judiciais.
As autoridades policiais requereram a quebra dos sigilos bancários de Michelle Bolsonaro e do ex-presidente. Esses dados podem corroborar com as suspeitas de que ela tenha se beneficiado dos eventuais desvios.